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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Ibama isenta vice de Marina de desmatamento na Bahia
Após divulgar blitz, órgão diz que Guilherme Leal tinha licença para obras
Segundo o presidente do instituto, o candidato não cometeu "nenhum crime ambiental" com construção em fazenda
DE SÃO PAULO
O presidente do Ibama,
Abelardo Bayma, afirmou
ontem em nota que o empresário Guilherme Leal, candidato a vice-presidente na
chapa de Marina Silva (PV),
"não cometeu nenhum crime
ambiental" em sua fazenda
no litoral da Bahia.
Ele apresentou o veredicto
nove dias após emitir outra
nota informando que fiscais
do órgão haviam constatado,
em vistoria na propriedade, a
presença de "edificações e
outras instalações que alteraram a paisagem natural em
área de Mata Atlântica".
"Após análise da documentação, o Ibama concluiu
que o empreendimento está
em conformidade com as autorizações concedidas pelas
esferas estaduais e municipais", afirmou Bayma, no comunicado divulgado ontem.
Há uma semana, ele informou que Leal havia sido notificado a apresentar licenças
ambientais para a construção de uma casa e cinco bangalôs na fazenda, que fica em
área de proteção ambiental
em Uruçuca (BA), município
vizinho de Itacaré.
Os fiscais federais estiveram duas vezes na propriedade. De acordo com o Ibama, a
blitz foi motivada por denúncia protocolada na ouvidoria
nacional do órgão.
Na ocasião, Leal defendeu
a legalidade das obras e disse
ser alvo de "falsas denúncias" motivadas por "objetivos político-eleitorais".
Ex-ministra do Meio Ambiente, Marina também saiu
em defesa do companheiro
de chapa, cuja empresa tem a
imagem ligada à ecologia.
Ontem, o candidato se declarou aliviado com a conclusão do Ibama. "Sempre estive sereno e confiante de que
o Ibama cumpriria seu papel
com isenção", disse ele, segundo assessores.
A ação do Ibama já começava a ser explorada politicamente por adversários de
Marina. Na quarta-feira, o deputado Aldo Rebelo (PC do B
- SP), aliado da presidenciável Dilma Rousseff (PT), disse que "ninguém na República" escapava de acusações
por desmatamento ilegal.
A senadora se irritou com a
provocação e acusou Rebelo
de praticar "estelionato ambiental" na votação do Código Florestal na Câmara.
(BERNARDO MELLO FRANCO)
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