São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2011

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OUTRO LADO

Rossi diz que não beneficiou empresa

Ministro afirma que o processo que deu à Ourofino licença para vender vacina começou antes de ele tomar posse

DE BRASÍLIA
DE RIBEIRÃO PRETO


O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, confirmou que usou o jatinho da empresa Ourofino, que tem negócios no setor agropecuário e sede em Ribeirão Preto.
"Informo que, em raras ocasiões, utilizei como carona o avião citado na reportagem [do jornal "Correio Braziliense']", disse, em nota.
O ministro negou, no entanto, ter dado qualquer privilégio à empresa. Segundo Rossi, a abertura do processo que deu à Ourofino licença para vender a vacina contra febre aftosa ocorreu em setembro de 2006, antes de ele chegar ao ministério.
"Ao longo de quatro anos, os procedimentos técnicos que culminaram na autorização para fabricação do produto veterinário foram cumpridos rigorosamente."
Conforme documentos do ministério, afirmou Rossi, a "aprovação, liberação e licença para abertura da fábrica" ocorreram em março de 2009. Ele assumiu o cargo no início de 2010.
Também por meio de nota, o grupo Ourofino informou que não há relação de favorecimento entre a empresa e o ministro da Agricultura.
Segundo a empresa, o jato do grupo foi usado "poucas vezes" por Rossi. A Ourofino disse que o deputado estadual Baleia Rossi (PMDB), filho do ministro, já usou um avião de propriedade do grupo, mas não informou em quantas ocasiões.
No caso da vacina, a empresa disse que todos os trâmites legais foram seguidos.
A empresa disse que Ricardo Saud, assessor especial de Rossi, não tem participação societária no grupo.
A Ourofino afirmou que trabalha com a produtora A Ilha, que pertence a filhos do ministro, há dez anos mediante cotações e apresentação de propostas. Segundo a nota, outras duas produtoras concorrentes também prestam serviços ao grupo.
Confirma ter doado R$ 100 mil a Baleia Rossi na campanha de 2010, "assim como a outros candidatos".
Ontem, a empresa contratou, para tratar o assunto, uma assessoria de imprensa que tem como uma de suas especialidades o gerenciamento de crise. É a mesma que atuou para um dos grupos envolvidos na crise que derrubou o ministro Antonio Palocci (PT) em 2006.


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