De acordo com o banco estatal, o montante era incompatível com tamanho da EDRB

DO RIO
DE BRASÍLIA

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) informou ontem, em nota, que o pedido de empréstimo de R$ 2,25 bilhões da EDRB para a instalação de uma central de geração de energia solar foi negado por um comitê colegiado da instituição.
A Folha revelou anteontem que o empresário Rubnei Quícoli disse que rejeitou proposta da Capital Consultoria para fazer lobby em favor do projeto no BNDES. A consultoria está em nome de um dos filhos da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
A firma foi usada também por Israel Guerra, outro filho da ex-ministra.
A Capital cobrou, segundo o empresário, R$ 240 mil para agilizar o financiamento e mais uma comissão de 5% sobre o valor do empréstimo, caso aprovado. O BNDES nega que o financiamento solicitado seja de R$ 9 bilhões, como informou a EDRB.
Quícoli disse que também foi pedido dinheiro para a campanha de Dilma Rousseff (PT). Ao "Jornal Nacional", da TV Globo, afirmou que houve pedido de ajuda para a campanha de Hélio Costa (PMDB) ao governo mineiro. Os dois candidatos negam.

COMITÊ
Segundo o banco estatal, o projeto foi rejeitado pelos 14 superintendentes da instituição presentes à reunião do comitê de 29 de março deste ano -todos funcionários de carreira da instituição.
"O BNDES considerou que o montante solicitado era incompatível com o porte da referida empresa [EDRB]", diz texto da nota oficial.
Ontem, em nota, a EDRB informou que Rubnei Quícoli atuava em parceria com a empresa apenas no projeto "Torre Solar".
Segundo o texto, Quícoli "não responde legalmente pela empresa" e é o único responsável pelas declarações de que um lobby opera dentro da Casa Civil da Presidência da República.
Pela EDRB, diz a nota, falam os sócios Aldo Wagner e Marcelo Escarlassara.
Em entrevista à Folha, Wagner confirmou que recebeu uma minuta de contrato de lobby e que o consultor foi contratado pela empresa para "fazer virar o negócio".


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