São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros

Franklin volta a acusar Folha de distorção

Ministro afirma que imprensa "faz muita besteira"; jornal mantém o que foi publicado

DE BRASÍLIA

O ministro Franklin Martins (Comunicação Social) voltou a afirmar que a Folha distorceu informação a seu respeito e usou o caso para dizer que imprensa livre não é necessariamente sinônimo de imprensa de qualidade.
"A liberdade de imprensa é uma coisa maravilhosa. A liberdade de imprensa só garante uma coisa: que a imprensa é livre. Que a imprensa é boa, não garante. A imprensa livre faz muita besteira, faz bobagem, desinforma", disse, em audiência no Senado para discutir a regulação de radiodifusão (rádio e TV) e telecomunicações.
Em novembro, ele havia dito que a Folha havia distorcido sua fala em encontro sobre convergência de mídias.
"A Folha botou na Primeira Página que eu tinha dito num tom quase arrogante algo como "vai haver controle", "com consenso ou sem consenso'", disse, na época.
A Folha não errou. O ministro disse o que foi publicado. A chamada "Governo diz que vai regular mídia mesmo sem consenso", na Primeira Página, relatava que Franklin afirmara "que o governo está disposto a levar adiante a discussão de novas regras para o setor de mídia digital mesmo sem entendimento".
Na ocasião, o ministro declarou: "A discussão está na mesa, está na agenda, ela terá de ser feita. Pode ser feita num clima de entendimento ou de enfrentamento".
Ontem, Franklin voltou ao assunto. "Cobrei o diretor de Redação da Folha de S.Paulo publicamente num debate na TV Cultura. A Folha de S.Paulo foi lá e examinou isso aqui [papel com degravação de sua fala] e chegou à conclusão que eu havia falado exatamente o que ela havia publicado. Tudo bem, cada um convive com seus erros como pode", afirmou. Na verdade, o ministro falou com o editor-executivo do jornal, Sérgio Dávila.
Anteontem, o presidente Lula já havia tocado no tema da liberdade de imprensa. "A China é exceção, e Cuba é exceção. Mas, em qualquer país, a imprensa cobre aquilo que tem mais apelo à sociedade. Nem sempre construir tem mais apelo. Às vezes destruir tem mais apelo", disse.


Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: 87%
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.