São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2011

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Conselho pede demissão de promotores do DF

Decisão, que precisa passar pela Justiça, é pena máxima no Ministério Público

Leonardo Bandarra e Deborah Guerner negam recebimento de propina e favorecimento do ex-governador Arruda

FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA

O Conselho Nacional do Ministério Público decidiu pedir a demissão dos promotores Leonardo Bandarra, ex-chefe do Ministério Público no DF, e Deborah Guerner. É a pena máxima contra um membro da Promotoria.
Os dois foram acusados de receber propina e favorecer o ex-governador José Roberto Arruda no escândalo do mensalão do DEM.
Para que a demissão ocorra, no entanto, a Procuradoria-Geral da República terá de propor ações na Justiça com o pedido. Isso porque o conselho não tem poderes para determinar a saída dos acusados.
Eles ficarão suspensos, sem receber salário, até que as ações sejam resolvidas pelo Poder Judiciário.
Ontem, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que irá propor as ações de demissão assim que o caso for encaminhado para seu gabinete, o que não tem prazo para ocorrer.
"O conselho mostrou que a mesma rigidez é aplicada internamente e externamente", afirmou Gurgel.
Bandarra e Guerner foram condenados administrativamente por "violação de sigilo profissional com solicitação e obtenção de recompensa" e "exigência de pecuna".
Ambos foram investigados por supostamente passar informações privilegiadas a integrantes do antigo governo do Distrito Federal e extorquir Arruda. Eles sempre negaram ter recebido propina.
No começo do ano passado, o ex-governador foi preso e perdeu o cargo depois que denúncias vieram a público. Em dezembro, Guerner e Bandarra foram afastados por 120 dias pelo conselho do Ministério Público.

PROCESSO
O processo administrativo que levou à condenação dos promotores começou a ser julgado em abril, quando o relator do caso, Luiz Moreira, pediu a demissão de ambos.
A demissão de Guerner foi aprovada por todos os dez conselheiros, e a de Bandarra, por nove deles. Para o conselheiro Achiles Siquara não haviam provas suficientes contra o Bandarra.
Durante a primeira sessão, Guerner criticou aos gritos a apuração e disse que não havia nada contra ela.
Ela e o marido, Jorge, ficaram presos por mais de uma semana em abril deste ano. Guerner foi acusada de simular quadro de insanidade mental para escapar das investigações.


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