São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2010

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Disputa PSDB-PT pauta debate estadual

 ALCKMIN E MERCADANTE ABORDAM TEMAS NACIONAIS
 TUCANO CRITICA GOVERNO FEDERAL E DEFENDE PRIVATIZAÇÕES
 PETISTA TENTA COLAR EM LULA E REPETE DOBRADINHA COM RUSSOMANNO

Primeiro confronto do país na internet, evento Folha/UOL priorizou as questões de internautas e entre os 3 candidatos

DE SÃO PAULO

No primeiro debate on-line do Brasil, realizado ontem pela Folha e pelo UOL entre candidatos ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin e Aloizio Mercadante reproduziram no plano estadual a polarização entre PSDB e PT.
Enquanto Alckmin evitou atacar Lula, Mercadante procurou colar sua imagem na do presidente. A mesma estratégia usada pelos presidenciáveis José Serra e Dilma Rousseff, respectivamente.
A disputa PT-PSDB levou os dois a discutir questões nacionais, como aeroportos, privatizações e verbas federais para o Estado.
Mesmo quando os temas eram estaduais (segurança, transportes e educação), as críticas de Alckmin eram ao governo federal -sem citar Lula-, e as de Mercadante, aos governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e do PSDB no Estado.
Celso Russomanno (PP), terceiro candidato a participar do debate, repetiu com o petista a tabelinha usada na Band para atacar Alckmin.
Em dois momentos, o tucano brincou com o fato de precisar responder aos dois outros debatedores. Isolado, recorreu a números das gestões tucanas no Estado.
Realizado ontem de manhã no Tuca (teatro da PUC-SP), o debate Folha/UOL teve mediação de Fernando Rodrigues, repórter do jornal e colunista dos dois veículos.
Também participaram os jornalistas Josias de Souza e Mônica Bergamo (Folha) e Rodrigo Flores (UOL). Foram privilegiados o confronto direto entre candidatos e perguntas de internautas.
Os momentos mais constrangedores para Alckmin e Mercadante vieram desses vídeos. O petista foi instado a explicar o apoio a José Sarney (PMDB) na crise do Senado, e o tucano não respondeu se colocaria filhos e netos na escola pública de São Paulo.
Líder na disputa pelo governo do Estado (com 54% das intenções de voto, segundo o Datafolha), Alckmin sentiu-se à vontade para defender as privatizações.
"A privatização trouxe para o Brasil um avanço significativo. Veja o exemplo do setor das telecomunicações. Esse Estado provedor de tudo não existe. É preciso trazer o setor privado pra investir com o governo na área de infraestrutura do país."
O tema é considerado tabu pelos tucanos e, em 2006, foi usado pelo PT como arma de ataque na disputa presidencial. À época, Alckmin não defendeu a bandeira.
Ontem, Mercadante afirmou: "Os governos do PSDB têm uma fixação por privatização. (...) Ele [Alckmin] está sempre transferindo a responsabilidade -ou é para as costas do Lula ou é para o setor privado, porque não assume aquilo que deveria ser a política de governo".
Os adversários de Alckmin também centraram ataques na gestão da educação pública estadual, um dos temas mais abordados no debate. Russomanno e Mercadante defenderam o fim da progressão continuada.
"Eu sinceramente acho que o PSDB deve desculpas a uma geração de jovens desse Estado que estão com as oportunidades da vida comprometidas por falta de uma verdadeira política da educação", disse Mercadante.
"Quando um aluno sai da escola pública e não consegue entrar nem na Fatec nem na Etec, estamos criando exclusão", disse Russomanno.
"Expandimos as Etecs e Fatecs, somos os primeiros colocados no Ideb. Os Estados governados pelo PT são os últimos. Somos segundo na 1ª a 4ª e terceiro no ensino médio", respondeu Alckmin.
Alckmin usou suas considerações finais para "uma palavra de apoio ao Serra", que foi superado por Dilma Rousseff em recentes pesquisas. No Datafolha, ele tem 34%, contra 41% de Dilma.
(DANIELA LIMA, EVANDRO SPINELLI E UIRÁ MACHADO)


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