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Disputa PSDB-PT pauta debate estadual
ALCKMIN E MERCADANTE ABORDAM TEMAS NACIONAIS
TUCANO CRITICA GOVERNO FEDERAL E DEFENDE PRIVATIZAÇÕES
PETISTA TENTA COLAR EM LULA E REPETE DOBRADINHA COM RUSSOMANNO
Primeiro confronto do
país na internet, evento
Folha/UOL priorizou as
questões de internautas
e entre os 3 candidatos
DE SÃO PAULO
No primeiro debate on-line do Brasil, realizado ontem
pela Folha e pelo UOL entre
candidatos ao governo de
São Paulo, Geraldo Alckmin
e Aloizio Mercadante reproduziram no plano estadual a
polarização entre PSDB e PT.
Enquanto Alckmin evitou
atacar Lula, Mercadante procurou colar sua imagem na
do presidente. A mesma estratégia usada pelos presidenciáveis José Serra e Dilma
Rousseff, respectivamente.
A disputa PT-PSDB levou
os dois a discutir questões
nacionais, como aeroportos,
privatizações e verbas federais para o Estado.
Mesmo quando os temas
eram estaduais (segurança,
transportes e educação), as
críticas de Alckmin eram ao
governo federal -sem citar
Lula-, e as de Mercadante,
aos governos de Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002) e do PSDB no Estado.
Celso Russomanno (PP),
terceiro candidato a participar do debate, repetiu com o
petista a tabelinha usada na
Band para atacar Alckmin.
Em dois momentos, o tucano brincou com o fato de
precisar responder aos dois
outros debatedores. Isolado,
recorreu a números das gestões tucanas no Estado.
Realizado ontem de manhã no Tuca (teatro da PUC-SP), o debate Folha/UOL teve mediação de Fernando
Rodrigues, repórter do jornal
e colunista dos dois veículos.
Também participaram os
jornalistas Josias de Souza e
Mônica Bergamo (Folha) e
Rodrigo Flores (UOL). Foram
privilegiados o confronto direto entre candidatos e perguntas de internautas.
Os momentos mais constrangedores para Alckmin e
Mercadante vieram desses
vídeos. O petista foi instado a
explicar o apoio a José Sarney (PMDB) na crise do Senado, e o tucano não respondeu
se colocaria filhos e netos na
escola pública de São Paulo.
Líder na disputa pelo governo do Estado (com 54%
das intenções de voto, segundo o Datafolha), Alckmin
sentiu-se à vontade para defender as privatizações.
"A privatização trouxe para o Brasil um avanço significativo. Veja o exemplo do setor das telecomunicações.
Esse Estado provedor de tudo não existe. É preciso trazer o setor privado pra investir com o governo na área de
infraestrutura do país."
O tema é considerado tabu
pelos tucanos e, em 2006, foi
usado pelo PT como arma de
ataque na disputa presidencial. À época, Alckmin não
defendeu a bandeira.
Ontem, Mercadante afirmou: "Os governos do PSDB
têm uma fixação por privatização. (...) Ele [Alckmin] está
sempre transferindo a responsabilidade -ou é para as
costas do Lula ou é para o setor privado, porque não assume aquilo que deveria ser a
política de governo".
Os adversários de Alckmin
também centraram ataques
na gestão da educação pública estadual, um dos temas
mais abordados no debate.
Russomanno e Mercadante
defenderam o fim da progressão continuada.
"Eu sinceramente acho
que o PSDB deve desculpas a
uma geração de jovens desse
Estado que estão com as
oportunidades da vida comprometidas por falta de uma
verdadeira política da educação", disse Mercadante.
"Quando um aluno sai da
escola pública e não consegue entrar nem na Fatec nem
na Etec, estamos criando exclusão", disse Russomanno.
"Expandimos as Etecs e
Fatecs, somos os primeiros
colocados no Ideb. Os Estados governados pelo PT são
os últimos. Somos segundo
na 1ª a 4ª e terceiro no ensino
médio", respondeu Alckmin.
Alckmin usou suas considerações finais para "uma
palavra de apoio ao Serra",
que foi superado por Dilma
Rousseff em recentes pesquisas. No Datafolha, ele tem
34%, contra 41% de Dilma.
(DANIELA LIMA, EVANDRO SPINELLI E UIRÁ MACHADO)
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