São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2011

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Indicador do BC já aponta para crescimento menor da economia

Índice, que é considerado uma "prévia" do PIB, cai em junho pela primeira vez em 29 meses

Desempenho mais fraco reforça apostas de que ciclo de alta de juros será interrompido na próxima reunião do BC


EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

A economia brasileira deu mais um sinal de desaceleração. O indicador da atividade econômica calculado pelo Banco Central- que funciona como prévia do PIB (Produto Interno Bruto, soma de bens e serviços produzidos no país) caiu em junho pela primeira vez desde 2008.
O desempenho mais fraco consolida as apostas de que o ciclo de aumento de juros será interrompido na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) deste mês.
A maioria dos economistas, no entanto, diz que ainda é cedo para se falar em redução da taxa, já que a desaceleração de consumo, crédito, emprego e preços é pequena.
Há dúvidas ainda em relação à capacidade do governo de conter o gasto público de forma a abrir espaço para juros menores neste momento.
Além disso, eles acham que o impacto da crise externa sobre o Brasil é menor desta vez do que em 2008.
Segundo a estimativa do BC, a atividade econômica medida pelo IBC-Br recuou 0,26% em junho ante maio, primeira queda em 29 meses. Nos últimos 12 meses, a economia teria crescido 4,9%.
Embora seja considerado na definição da política de juros, o IBC-Br não é o índice oficial- e sim o PIB, calculado pelo IBGE. Em sua medição de março, o PIB teve alta de 6,2% em 12 meses.
Especialistas esperam que a economia perca o ritmo no segundo semestre. Rafael Bacciotti, da Tendências, diz que a sua projeção de 3,9% pode ser reduzida em função do dado do BC.
Ele mantém, no entanto, a expectativa de juros estáveis em 12,50% ao ano até que haja queda maior da inflação.
"Trabalhamos com um cenário ainda tranquilo, por conta do consumo, sem efeitos muito fortes da crise externa", afirmou.
Reginaldo Nogueira, professor do Ibmec, estima um crescimento próximo de 3%. Mas acha que o BC não reduzirá os juros diante de tantas incertezas no cenário externo e doméstico.
Na reunião trimestral do BC com o setor privado, nesta semana, economistas ressaltaram que o cenário para a inflação ainda pede cuidados. Eles argumentam que, apesar de a queda das commodities baratear o preço de produtos no Brasil, o impacto do cenário externo sobre os serviços é limitado.


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