São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2011

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Filiais mandam mais dinheiro para o Brasil

Para Ipea, remessas para as matrizes refletem busca por ganhos financeiros no país

CIRILO JUNIOR
DO RIO

As empresas brasileiras estão segurando os investimentos no exterior e passaram a repatriar cada vez mais capital, indica levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), baseado em dados do Banco Central do Brasil.
De janeiro a junho, a remessa de lucro de filiais no exterior para suas as matrizes no Brasil subiram 155%, para US$ 4 bilhões.
Já as amortizações de dívidas das filiais com as matrizes aumentaram 179%, para US$ 14 bilhões. Na prática, esses pagamentos entram como devolução de recursos que tinham sido enviados para as subsidiárias no exterior, como empréstimos.
Para Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análises e Previsões do Ipea, o investimento em outros países está sendo desmobilizado porque o Brasil tem se mostrado mais atraente.
O principal motivo, segundo o especialista, são as altas taxas de juros no país, que dão rentabilidade maior às aplicações financeiras.
"Há indícios de que esse capital está entrando disfarçado de investimento, mas, na verdade, é investimento em carteira [financeiro]", diz.

PREOCUPAÇÃO
O economista afirma que existem sinais de que "não há variação significativa na taxa de investimento [produtivo] do país".
Com a crise externa e as baixas taxas de juros no exterior, Messenberg espera que o movimento se intensifique.
Outra preocupação é com a taxa de investimentos. Segundo os técnicos do Ipea, a parcela aplicada pelo setor público está caindo.
Ontem, o BC divulgou que a entrada de dólares no país superou as saídas em US$ 7,57 bilhões em agosto, até o dia 12.


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