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Interferência do namorado de Marta agrava crise em chapa
Em reunião com PC do B, Toledo sugeriu que Netinho se afastasse do PT
Legenda ficou irritada
por empresário não ser
petista; candidata
reclama de ser preterida
em favor do comunista
DANIELA LIMA
FABIO VICTOR
DE SÃO PAULO
A interferência do empresário Márcio Toledo, namorado de Marta Suplicy (PT),
na campanha dela ao Senado agravou a crise instalada
entre os candidatos majoritários do partido em São Paulo.
No último domingo, Toledo teve uma reunião com o
ministro do Esporte, Orlando
Silva (PC do B), e sugeriu ao
comunista que incentivasse
um "distanciamento" entre
Netinho de Paula (PC do B) e
o PT paulista.
O fato de Toledo não ser
petista nem integrar oficialmente a coordenação da
campanha de Marta, mas,
ainda assim, participar de
reuniões e decisões políticas,
enervou a cúpula do partido.
Netinho e Marta são os
candidatos da chapa do PT
ao Senado. O último Datafolha mostrou empate técnico
entre os dois. Há duas semanas, ela liderava isolada a
corrida eleitoral.
Desde então, Marta tem reclamado que sua campanha
está sendo preterida pelo
candidato do PT ao governo
do Estado, senador Aloizio
Mercadante, em favor da
candidatura de Netinho.
O encontro entre Toledo e
Orlando Silva, uma das lideranças nacionais do seu partido, aconteceu no último domingo. O secretário-geral do
PC do B, Walter Sorrentino,
também participou.
Orlando Silva procurou
por Marta, mas Toledo foi designado para representá-la.
Entre outras coisas, o namorado de Marta teria dito que o
PT está dividido entre a ela e
Mercadante, e Netinho teria
escolhido "o lado errado".
O comando da campanha
do PC do B confirmou a conversa entre Orlando Silva e
Márcio Toledo, mas argumentou que o objetivo do
contato foi pacificar o clima
entre os dois candidatos na
reta final da campanha.
Na versão dos comunistas,
o ministro procurou Marta
para dizer que o PC do B não
criará tensões.
Já a assessoria de imprensa de Marta disse que o ministro procurou Toledo para
pedir que a petista e Netinho
fizessem "agendas juntos".
No entanto, o encontro
agravou as relações entre os
candidatos do PT.
Mesmo antes, o clima não
era bom. Havia desconfiança
de que Marta e Aloysio Nunes, candidato do PSDB ao
Senado, tivessem feito acordo baseado na equação de
que a petista não bate nem
apanha do tucano, mas este
ataca Netinho.
Na tentativa de aplacar a
crise que se instalou por conta da conversa entre Orlando
e Toledo, o presidente do PT
no Estado, Edinho Silva, conversou na última quarta-feira
com o ministro.
Edinho também esteve
com Marta e o coordenador
da campanha de Mercadante, Emidio Souza. Pediu
união entre as candidaturas.
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