São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011

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Renda cresce menos na Grande São Paulo

Mesmo as cidades da região metropolitana que já eram mais pobres registraram altas abaixo da média nacional

De acordo com o Ipea, regiões no entorno da capital sofreram com o efeito da migração da indústria para o interior

DO RIO

O fato de partirem de uma base menor explica em parte por que cidades nordestinas tiveram variação maior na renda domiciliar. No caso dos municípios paulistas de menor renda, porém, o crescimento foi menor.
Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo, já registrava em 2000 uma renda média per capita (de R$ 617) inferior à média nacional (R$ 737). Dez anos depois, o Brasil cresceu 13% quando se considera a inflação do período, e a cidade registrou ligeira queda (-2%).
Outras cidades da Grande São Paulo com renda domiciliar baixa tiveram variações nulas -caso de Guarulhos- ou abaixo da média nacional, como Embu (6%), Suzano (3%) e Diadema (4%).
Pedro Herculano Ferreira de Souza, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), diz que as cidades no entorno da capital sofrem com um processo de desconcentração da economia para o interior.
Houve forte migração da indústria, especialmente de ramos que geram muitos empregos -como alimentos, têxtil e outros. "O emprego formal cresceu muito fora das metrópoles", diz Souza.
As cidades que circundam a capital paulista também não se favoreceram da alta dos preços de produtos negociados no mercado internacional. O benefício ocorreu, por exemplo, em Sinop (MT), produtora de soja, e Itabira (MG), polo de mineração.
O economista Claudio Dedecca, da Unicamp, explica ainda que, em São Paulo, o alcance de programas como o Bolsa Família é menor. Além disso, o reajuste do salário mínimo também tem menor impacto.
De um lado, porque a maior parte dos trabalhadores paulistas recebe mais do que o mínimo - assim, a correção deixa de ser uma referência para outros reajustes. De outro, porque a Previdência Rural, vinculada ao mínimo, conta com poucos beneficiários no Estado.
Outro fator de dinamismo citado por especialistas fora do eixo dos grandes centros são as grandes obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), como a ferrovia Norte-Sul e as hidrelétricas da região Norte.


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