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Ausência de perspectivas esvazia cidade
DOS ENVIADOS A ANHANGUERA (GO)
O maior problema de
Anhanguera, de acordo
com os moradores, é a falta de emprego.
O caminho, na maioria
das vezes, é procurar trabalho nas cidades da região. Um ônibus da prefeitura leva e traz, todos os
dias, as pessoas que trabalham em Catalão, a 36 km.
Fora a prefeitura, o principal posto de trabalho na
cidade é a Indústria de Cerâmica Anhanguera, que
já viveu dias melhores.
Atualmente empregando
35 pessoas, a indústria foi
reativada há menos de um
ano por um empresário
mineiro. Funciona no
mesmo espaço decadente
de décadas atrás.
"Esse papo de falta de
emprego é bobagem. Não
sei o que acontece, mas a
mão de obra aqui é a pior
do Brasil", diz João Carlo
Pena, 40, responsável pela
fábrica. Os 500 mil tijolos
produzidos por mês são
vendidos em Goiás.
Pena, contudo, diz só
aguardar o retorno do investimento feito na fábrica
para deixar Anhanguera.
"A situação é crítica", diz.
Até os nove vereadores
procuram outra ocupação,
apesar do salário de cerca
de R$ 1.500 (por uma reunião semanal), valor considerado alto no município. Quase todos têm outros trabalhos: há legislador que é motorista da única ambulância, funcionário da prefeitura e até forneiro da fábrica de tijolos.
O esvaziamento de
Anhanguera preocupa os
moradores. Nos anos
1980, quando a economia
local crescia por causa da
construção de uma barragem de hidrelétrica, a população era de quase
3.000 pessoas. Hoje, segundo o IBGE, são 1.018.
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