São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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Ausência de perspectivas esvazia cidade

DOS ENVIADOS A ANHANGUERA (GO)

O maior problema de Anhanguera, de acordo com os moradores, é a falta de emprego.
O caminho, na maioria das vezes, é procurar trabalho nas cidades da região. Um ônibus da prefeitura leva e traz, todos os dias, as pessoas que trabalham em Catalão, a 36 km.
Fora a prefeitura, o principal posto de trabalho na cidade é a Indústria de Cerâmica Anhanguera, que já viveu dias melhores. Atualmente empregando 35 pessoas, a indústria foi reativada há menos de um ano por um empresário mineiro. Funciona no mesmo espaço decadente de décadas atrás.
"Esse papo de falta de emprego é bobagem. Não sei o que acontece, mas a mão de obra aqui é a pior do Brasil", diz João Carlo Pena, 40, responsável pela fábrica. Os 500 mil tijolos produzidos por mês são vendidos em Goiás.
Pena, contudo, diz só aguardar o retorno do investimento feito na fábrica para deixar Anhanguera. "A situação é crítica", diz.
Até os nove vereadores procuram outra ocupação, apesar do salário de cerca de R$ 1.500 (por uma reunião semanal), valor considerado alto no município. Quase todos têm outros trabalhos: há legislador que é motorista da única ambulância, funcionário da prefeitura e até forneiro da fábrica de tijolos.
O esvaziamento de Anhanguera preocupa os moradores. Nos anos 1980, quando a economia local crescia por causa da construção de uma barragem de hidrelétrica, a população era de quase 3.000 pessoas. Hoje, segundo o IBGE, são 1.018.


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