São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 2011

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Dilma cogita dar ministério para Chalita

Interlocutores dizem que presidente avalia convidá-lo a integrar a Esplanada em sua primeira reforma ministerial

Jogada interessa ao PT, ávido por atrair o apoio do PMDB e tirar o aliado da disputa pela Prefeitura de São Paulo

NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

O deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) continua no radar da presidente Dilma Rousseff. Interlocutores próximos afirmam que ela cogita convidá-lo a integrar a Esplanada em sua primeira reforma ministerial, prevista para o final de dezembro ou início do próximo ano.
A jogada interessa sobretudo ao PT, ávido por atrair o apoio do PMDB e tirar o aliado da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2012.
Dilma fez "o primeiro teste" na semana passada. Ela pensou em chamar Chalita para o Ministério do Turismo diante da dificuldade de encontrar um peemedebista de seu agrado para suceder Pedro Novais no cargo.
O plano não deu certo porque o vice-presidente Michel Temer recusou a oferta em nome do correligionário.
No governo, há avaliações de que um ministério "mais robusto" pode convencê-lo a mudar de ideia.
Na avaliação de auxiliares de Dilma, o Turismo não é a pasta ideal para convencer um candidato potencialmente competitivo a desistir da eleição. Em um exemplo citado, o Ministério da Educação seria mais "persuasivo".
Não há, porém, definição de cargos hoje, apenas a disposição do convite.
"Serei candidato", afirmou o deputado à Folha. Na campanha de 2010, ele trabalhou para atrair setores da Igreja Católica inseguros com o discurso da petista sobre aborto e casamento gay.

REFORMA
A presidente tende a fazer mudanças na equipe já em dezembro, mas ainda não sabe quais peças irá mexer.
Além de liberar aqueles que desejam concorrer em 2012, aproveitará a reforma para conter a insatisfação de aliados. O PMDB alega estar hoje sub-representado na Esplanada, com apenas 5 dos 38 ministérios.
A "solução Chalita" cabe perfeitamente no figurino que deve ditar a nova formação do governo: contemplar reivindicações da base e, se possível, nomear ministros mais afinados com a presidente.
Hoje, o Planalto julga-se refém de algumas indicações políticas, por isso não hesitou em forçar o desembarque de Pedro Novais do Turismo.
No PT, o principal interessado em tirar o aliado do páreo é o ex-presidente Lula, hoje empenhado em lançar o ministro Fernando Haddad (Educação) ao comando de São Paulo.
Em conversa recente com Chalita, Lula fez perguntas sobre a importância de parceria em um eventual segundo turno contra o PSDB. Não ensaiou nenhum pedido para que o aliado desistisse.
A senadora Marta Suplicy é hoje a favorita nas intenções de voto. Haddad-Chalita ainda engatinham nas pesquisas.


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