São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2011 |
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Patrimônio de policial inclui casa, academias e carros DE BRASÍLIA O soldado da Polícia Militar João Dias Ferreira, 39, disse à Polícia Civil do Distrito Federal que construiu seu patrimônio com o salário na corporação, ganhos com aulas de defesa pessoal e de artes marciais e compra e venda de propriedades. Ele é proprietário de uma ampla casa em Sobradinho (DF), de carros e de três academias de ginástica. Ferreira prestou o depoimento, ao qual a Folha teve acesso, no dia 5 de abril de 2010 no decorrer da Operação Shaolin. À época, ele afirmou que tinha uma dívida de R$ 1,5 milhão com empresas fornecedoras das duas ONGs que controla em Sobradinho. Seus vencimentos mensais, disse, eram de R$ 15 mil. A Operação Shaolin, desencadeada pela polícia em 2010, concluiu que as academias de Ferreira -que é praticante de kung fu- estavam registradas em nome de seus familiares e amigos. Uma das transações imobiliárias que ele relatou foi a troca de uma academia -segundo ele, avaliada em R$ 560 mil- "por quatro apartamentos no Edifício El Shaday [em Sobradinho] pertencentes ao ex-deputado federal Ronivon Santiago". Em 1997, Santiago foi pivô do escândalo da compra de votos para aprovar emenda que garantiu a possibilidade de reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso. O depoimento de Ferreira foi prestado à polícia no primeiro dos cinco dias em que passou preso por conta de suspeitas de irregularidades no programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. O soldado tinha sido candidato a deputado distrital pelo PC do B em 2006. Derrotado, obteve dois convênios com o ministério, pelos quais recebeu R$ 2 milhões para incentivo à prática de esportes de crianças e adolescentes. Hoje, o Ministério do Esporte e o Ministério Público Federal cobram dele R$ 3 milhões por conta de recursos que não foram aplicados nos projetos previstos. Ferreira nega os desvios, mas reconhece "algumas falhas" e diz que a pasta não lhe deu oportunidade para provar o destino das verbas. (RUBENS VALENTE) Texto Anterior: Ministério indicava empresas, diz delator Próximo Texto: Ministro pagou R$ 370 mil à vista por terreno em Campinas Índice | Comunicar Erros |
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