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Justiça condena 1º réu no caso Celso Daniel
Julgado à revelia, Marcos Roberto Bispo dos Santos, acusado de participação no crime, é sentenciado a 18 anos
Julgamento durou cerca de sete horas e meia e, sem a presença do réu
e de testemunhas,
se limitou a debates
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO
A Justiça condenou a 18
anos de prisão Marcos Roberto Bispo dos Santos, o Marquinhos, pela participação
no assassinato do prefeito de
Santo André Celso Daniel
(PT) em janeiro de 2002.
Segundo a tese vencedora
do Ministério Público de SP,
Santos dirigiu um dos carros
usados para sequestrar Daniel, além de ter encomendado o roubo do outro veículo
usado na ação e ser responsável pelo transporte da vítima da Favela Pantanal, em
São Paulo, para o cativeiro.
É a primeira condenação
de um dos acusados de envolvimento na morte do prefeito petista.
O juiz da 1ª Vara de Itapecerica da Serra, Antonio Augusto Hristov, que presidiu a
sessão do tribunal do júri,
afirmou que levou em consideração a "repercussão social" do caso para estipular a
punição do réu.
A defesa afirmou que vai
recorrer da decisão.
Daniel era coordenador da
campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva
na campanha presidencial
de 2002 e cotado para ser um
de seus ministros.
Outros seis acusados de
envolvimento na morte de
Daniel, entre eles o empresário Sérgio Gomes da Silva, o
Sombra, apontado pela Promotoria como mandante do
crime, devem ser julgados a
partir de 2012.
O julgamento durou cerca
de sete horas e meia e não teve a presença do réu e de testemunhas. O promotor Francisco Cembranelli criticou a
conclusão do inquérito da
Polícia Civil sobre o caso, de
que o crime teria sido de extorsão mediante sequestro
seguido de morte, um delito
contra o patrimônio.
Segundo o promotor, as
investigações do Ministério
Público comprovaram que o
crime foi encomendado pelo
"amigo entre aspas" de Daniel -referindo-se a Silva.
Segundo o promotor, ele
participou de um esquema
para exigir propina de empresários para engordar um
caixa dois de campanha do
PT -e o prefeito passou a ser
um obstáculo para o desvio
dos recursos.
Ontem, a defesa de Santos
procurou demonstrar não
haver provas suficientes para
condenação. Não há no processo perícia ou depoimento
de testemunha, que não seja
corréu, que indique que ele
estava no local e na hora do
crime, disse o defensor.
O advogado de Santos disse que o réu foi torturado na
Polícia Civil de São Paulo para confessar envolvimento.
Segundo a defesa o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalg
atuou no caso para defender
interesses do PT e deu um tapa em um dos acusados.
O delegado responsável
pelo caso, Armando Oliveira,
não quis se manifestar sobre
a acusação de tortura.
Greenhalg, que participou
de atos da investigação como
observador de garantias dos
direitos humanos, não foi localizado ontem.
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