São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 2011

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As ministras superpoderosas

Com chefia de programas e articulação política, Belchior, Gleisi e Ideli passam a dominar Planalto

VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO

Saem os Três Porquinhos, entram as Meninas Superpoderosas. Em menos de seis meses, o eixo de poder do governo Dilma mudou: os três homens que comandaram a campanha e assumiram postos chaves no Executivo e no partido deram lugar na ribalta a três mulheres que passam a dominar o Planalto.
Como na lenda infantil, as "casas" dos Porquinhos caíram, por razões distintas. José Eduardo Dutra deixou a presidência do PT após enfrentar problema de saúde.
Antonio Palocci (Casa Civil) surpreendeu o país ao enfrentar a segunda queda em menos de quatro anos.
Sobrou José Eduardo Cardozo (Justiça), que, nas semanas em que o governo viveu sua principal crise, primeiro teve atuação discreta, e, depois, saiu de cena por conta de uma anemia.
Na troca da guarda, entrou em cena um trio que passou a comandar os principais programas de governo e a coordenação política de Dilma.
Juntas, Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Miriam Belchior (Planejamento) são responsáveis pela gestão de todas as vitrines do governo, do PAC ao Minha Casa, Minha Vida.
A divisão de tarefas, estabelecida quando Palocci ainda estava sob o teto do governo, agora pode causar alguma cotovelada entre as duas.
Isso porque Gleisi assumiu dizendo que sua missão seria cuidar da execução dos programas do governo, e justamente o mais amplo deles, o PAC, foi retirado da Casa Civil para o Planejamento, dada a função eminentemente política do ex-ministro.
Se por um lado a nova ministra enfatiza seu papel de gestora, é de se esperar que some esforços com a terceira integrante do trio. Gleisi pode dar à negociação política a leveza que ainda falta a Ideli Salvatti, apostam aliados.
"Gleisi sabe negociar, ceder e compor quando preciso. A Ideli já deu mostras de ser mais inflexível", analisa um líder da base na Câmara.
Única das três que estava no Planalto desde a posse de Dilma, Belchior passa, com a assunção das outras, a novo patamar de visibilidade, apostam ministros e aliados.
"A Miriam tem a memória do governo Lula, a confiança da Dilma há mais tempo e controla a chave do cofre. É ela que vai dizer quando será a hora de soltar o torniquete dos gastos", diz um colega.
O único homem de peso na cozinha de Dilma agora é Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral). A presidente cumpre, ainda que meio por acaso, a promessa de campanha de ter mais mulheres em cargos-chave.


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