São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 2011

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Alckmin concentra investimentos em "cinturão petista"

Pacote de R$ 6,3 bilhões para o ABC é a principal aposta do tucano para melhorar avaliação na região e romper hegemonia do PT

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

A principal arma do governador Geraldo Alckmin na tentativa de desestabilizar o chamado "cinturão petista" na região metropolitana de São Paulo entrou em ação na última semana, quando o tucano anunciou um pacote de investimentos de R$ 6,3 bilhões para o ABC paulista.
A execução dos projetos será coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano, criada neste governo para desenvolver ações nas regiões mais populosas do Estado.
A estrutura, chefiada por Edson Aparecido (PSDB), um dos principais articuladores políticos de Alckmin, é uma aposta do governador para alavancar a avaliação em cidades vizinhas à capital.
Não por acaso Alckmin escolheu o ABC para anunciar os primeiros investimentos da supersecretaria.
Das quatro cidades mais populosas da região, três -São Bernardo do Campo, Diadema e Mauá, que somam 1,5 milhão de habitantes- são administradas por prefeitos petistas.

TRANSPORTES
O pacote inclui a ampliação de uma linha de metrô, a criação de um Expresso ferroviário e a construção de 17,9 mil unidades habitacionais na região.
"O volume de investimento anunciado aqui é o segundo maior da nossa pasta. Só fica atrás da recuperação do [Parque Estadual da] Serra do Mar", disse o secretário de Habitação, Silvio Torres, no dia do anúncio, na última quarta-feira.
A Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano comanda uma câmara composta por outras 10 pastas, a maioria com foco em projetos de infraestrutura.
A ação coordenada tem foco nas três regiões metropolitanas do Estado - a de São Paulo, de Campinas e da Baixada Santista- que concentram 72% da população e 80% do PIB paulista.
A pouco mais de um ano para as eleições municipais, a tendência é que o governo do Estado acelere o anúncio de projetos nesses locais.
Cientes do potencial eleitoral das medidas, prefeitos petistas trabalham o discurso de "despartidarização" das iniciativas.
"Essas ações não podem ser partidarizadas, não se pode investir só em terreno de aliados. É preciso ter uma atitude mais republicana", opinou o prefeito de Osasco, Emidio Souza.

"PACTO"
O secretário tucano também defende a conciliação. "O que fizemos aqui (no ABC) foi um pacto entre Estado, municípios e governo federal. É um pacto de gestão, colaborativo", disse.
Questionado sobre o impacto eleitoral das ações, no entanto, admitiu: "Lá na frente, cada lado defende o seu papel."


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