São Paulo, quarta-feira, 20 de julho de 2011 |
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Faxina derruba mais 6 nos Transportes; afastados já são 12 Entre os exonerados estão indicados de Valdemar Costa Neto e de diretor petista do Dnit, que será o próximo a cair Novo ministro definiu demissões com Dilma, que tenta reduzir as indicações políticas feitas pelo PR na pasta
DE BRASÍLIA Longe de encerrar a crise iniciada há 17 dias, o governo anunciou ontem mais seis demissões no Ministério dos Transportes e no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre). As exonerações atingem principalmente nomes ligados ao PR, partido que controla a pasta desde o governo Lula. São esperadas pelo menos mais duas saídas. Ao todo, 12 pessoas já foram afastadas do governo após denúncias de superfaturamento de obras e pagamento de propina no setor. Os afastamentos foram decididos pelo ministro Paulo Sérgio Passos, que ocupa o cargo há uma semana, em acordo com a presidente Dilma Rousseff. Os dois têm se reunido diariamente para reestruturar o setor. Ontem, Passos também submeteu ao Planalto o nome do técnico Deuzedir Martins, que deve ocupar a secretaria-executiva do ministério ou ser remanejado para a direção do Dnit. Atual gerente da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Martins atenderia à diretriz definida pela presidente Dilma para montar uma equipe técnica, reduzindo as indicações políticas na pasta. DEMISSÕES Foram exonerados ontem José Osmar Rocha, Estevam Pedrosa, Maria das Graças de Almeida e Darcy Michiles. Rocha era indicado pelo deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), um dos controladores do partido. Os outros três eram da cota do ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM), que deixou o cargo na esteira das acusações de corrupção. Maria das Graças e Michiles foram exonerados "a pedido", diz o "Diário Oficial". No Dnit, também foram afastados Mauro Sérgio Almeida Fatureto e Luiz Claudio dos Santos Varejão, indicado pelo PT e ligado ao diretor do órgão Hideraldo Caron, cujo afastamento já foi decidido pelo governo e deve ser efetivado nesta semana. A situação mais delicada era a de Rocha. Ele pertenceu a um comitê encarregado de gerir a dívida do antigo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), que deu origem ao Dnit e é controlado por Valdemar. Rocha é acusado de dar o aval à contratação de uma empresa de fachada pelo Dnit por R$ 18,9 milhões, de acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo". O novo ministro dos Transportes era secretário-executivo da pasta. Foi efetivado por Dilma na semana passada, apesar das resistências do PR. O Planalto havia convidado o senador Blairo Maggi (PR-MT), mas ele recusou. A crise teve início no dia 2 com o afastamento de quatro integrantes da cúpula dos Transportes apontados em reportagem da revista "Veja" como operadores de um esquema de corrupção. Há ainda a promessa de demissão do diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que formalmente está em férias e volta em agosto. Frederico Augusto de Oliveira, chamado por Pagot de "boy", foi também afastado, apesar de não estar na lista oficial de servidores. (ANA FLOR, MÁRCIO FALCÃO, CAROLINA SARRES e SOFIA FERNANDES) Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Lula teme que Dilma se isole da base governista Índice | Comunicar Erros |
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