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Dilma responsabiliza Erenice por nomeação
Casa Civil afirma que não vai se manifestar porque sindicância é sigilosa; Laender nega ter relação com lobby
DE BRASÍLIA
Questionada sobre as motivações para levar Gabriel
Laender para o governo federal, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff disse que
não o conhecia e passou a
responsabilidade para Erenice Guerra, que era a número
dois da pasta.
"A ministra Dilma Rousseff não conhece o referido
servidor e as nomeações de
DAS 102.4 [cargo de Laender]
são de responsabilidade da
Secretaria Executiva da Casa
Civil", afirmou, por meio de
sua assessoria
No entanto, foi Dilma
quem assinou o convite para
Laender deixar a Procuradoria do Espírito Santo para trabalhar no governo. Assinou
também o decreto que criou
cargo para ele na Casa Civil.
A assessoria da Casa Civil,
responsável pela sindicância
que investiga tráfico de influência praticado por pessoas ligadas a Erenice, disse
que não iria se pronunciar
sobre o assunto. Alegou que
a investigação é sigilosa.
Por e-mail, informou: "A
lei 8.112, de 11/12/90, estabelece que: "As reuniões e as
audiências das comissões
[de sindicância] terão caráter
reservado". Por esse motivo,
não temos como responder
às suas perguntas".
A Folha procurou também
o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que recomendou falar com a Casa Civil. A SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) não respondeu até a conclusão desta edição.
O assessor especial da Casa Civil Gabriel Laender negou ter trocado senha com
Vinícius Castro, "sócio" dos
filhos da ex-ministra Erenice
em uma empresa de lobby.
"Eu não tinha nenhuma ligação com o Vinícius, eu não
o conheço, não conheço ninguém da família dele ou da
família da ex-ministra."
Lembrado que ele advogou para o marido de Erenice, afirmou: "É verdade, mas
a relação foi como prestador
de serviço". Sobre sua relação com Erenice, Laender
disse que é "espartana".
Afirmou ainda que, embora dividisse a sala com Vinícius enquanto a Casa Civil
funcionava no edifício do
Banco do Brasil devido à reforma do Palácio do Planalto, a relação era de "bom dia,
boa tarde e boa noite".
Laender pediu que a Folha encaminhasse perguntas
por escrito, mas não respondeu ao e-mail. Ele está em férias desde 29 de setembro.
Em conversa pelo telefone, sua primeira reação foi:
"Como é que você vai publicar isso? O que vocês estão
querendo com isso? Dizer
que eu tinha algum contato
com o Vinícius?"
O assessor afirmou ainda
que não revisou ou redigiu
qualquer contrato para a Capital Assessoria, a empresa
de lobby. "Eu nunca olhei
nada de nenhum contrato,
nunca vi nada fora das minhas atribuições da Casa Civil, eu sou um advogado experiente, mas tenho 31 anos,
tenho histórico, mas não sou
nenhuma sumidade."
OUTROS CITADOS
Vinícius e Stevan Knezevic
não foram encontrados pela
Folha. Os dois se recusaram
a responder às perguntas da
Polícia Federal.
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