São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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BC corta juro de novo para segurar economia

Instituição reduz em 0,5 ponto a taxa básica de juros para atenuar efeitos da crise internacional sobre o Brasil

Expectativa é que inflação desacelere a partir deste mês, e fique dentro do limite fixado pelo governo em 2012

VALDO CRUZ
SHEILA D'AMORIM

DE BRASÍLIA

De olho no crescimento da economia no ano que vem, o Banco Central decidiu baixar mais uma vez a taxa básica de juros da economia, que serve como referência para os bancos fixarem o custo de empréstimos no país.
A taxa foi reduzida em meio ponto percentual, para 11,5% ao ano. O objetivo do BC é evitar que o agravamento da crise na Europa e nos Estados Unidos esfrie demais a economia brasileira nos próximos meses.
Ao justificar a decisão, o BC reafirmou em nota a estratégia que adotou para conter a inflação mesmo afrouxando os juros, principal instrumento de que dispõe para segurar os preços.
A decisão do BC era esperada pelos economistas do mercado, que em geral acham a escolha feita pelo BC muito arriscada, porque a inflação subiu muito neste ano.
O BC pretende fazer a inflação se reaproximar do centro da meta estabelecida pelo governo, de 4,5%, no ano que vem. Nos 12 meses encerrados em setembro, a inflação atingiu 7,31%, acima do limite superior da meta, 6,5%.
Diante da expectativa do BC de que o crescimento mundial terá uma queda mais brusca, com reflexos na economia brasileira, chegou-se a especular nas últimas semanas que o corte poderia ser mais agressivo.
Mas a decisão de cortar a taxa em meio ponto foi unânime entre os diretores do BC.
Segundo assessores da presidente Dilma Rousseff, o governo espera que o afrouxamento dos juros dure o tempo necessário para evitar que a economia cresça em 2012 menos do que neste ano, quando o governo conta com uma expansão de 3,5%.
Um corte maior na taxa seria motivo de comemoração no Planalto, mas o governo também se preocupa com a inflação, que tende a crescer se a economia ficar muito aquecida. Por isso, o governo prefere que a redução dos juros seja feita num ritmo mais moderado, ao longo de um período de tempo maior.
Assessores de Dilma acham que o ideal seria chegar ao fim do próximo ano com uma taxa de juros de um dígito e crescimento da economia perto de 4%.
O Banco Central acredita que a inflação começará a cair a partir deste mês. Na avaliação do governo, o crescimento deste ano já está praticamente definido.
Agora, todo o trabalho da equipe econômica será voltado para garantir o crescimento da economia brasileira no ano que vem.


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