São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 2011

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Contrabando aliado

O governo está arrepiado com a possível criação de uma nova CPI no Senado para tratar de crimes relacionados às fronteiras, como o tráfico de drogas. Proposta pelo governista Marcelo Crivella (PRB-RJ), a CPI já está protocolada com 50 assinaturas.
O crime nas fronteiras foi bandeira de campanha do tucano José Serra, que defendeu a criação do Ministério da Segurança Pública. Depois de ouvir apelos do Planalto e do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) para adiar sua empreitada, o senador afirma que a comissão não será usada contra o governo: "Ninguém pode duvidar da minha lealdade".



Muita calma Ao governo, Crivella diz que a investigação pode ajudar na criação da guarda de fronteira e a trazer mais recursos para a Polícia Federal. No Planalto, prevalece a máxima sobre as CPIs: "Sabe-se como começa, nunca como acaba".

Ah, é? A PF não gostou da entrevista à Folha na qual o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando Souza criticou a demora na apuração dos desdobramentos do mensalão. No entender da cúpula, coube à polícia preencher lacunas deixadas pelo relatório que resultou na abertura de ação penal no Supremo.

Balanço Neste ano, a PF já deflagrou 50 operações, contra 45 no mesmo período de 2010. O órgão usa esse dado comparativo para sustentar que os cortes orçamentários (ainda) não afetaram o ritmo das suas ações.

Eu não Henrique Meirelles nega ter procurado o governo para desmentir a versão, segundo ele "descabida", de que Lula teria lhe pedido para não elevar os juros no final de 2010. Ele diz que não deve dar explicações, e sim pedi-las, pois sempre atuou "com total autonomia à frente do BC".

E se... Apesar do desânimo geral do PT com Fernando Haddad, Lula voltou a insinuar apoio ao ministro na terça, em Osasco. Em privado, instou companheiros a escolherem entre "os de sempre" e "alguém novo".

De ocasião Petistas céticos sobre Haddad lembram que, em 2010, a pregação de Lula pró-Mercadante era justamente que era preciso "repetir um nome" no Estado.

Vem comigo Depois de indicar Bebeto Haddad (PMDB) para a pasta de Esportes, Gilberto Kassab vai acomodar mais um peemedebista. O ex-deputado Uebe Rezeck foi indicado pelo partido de Michel Temer para a Secretaria de Participação e Parceria da capital.

Fidelidade Rezeck apoiou Dilma na campanha presidencial, razão pela qual foi chamado de "traíra" por José Serra. Sua indicação coube à bancada do PMDB na Assembleia, que se diz preterida no primeiro escalão de Geraldo Alckmin.

Kit completo O DEM fez chegar ao governador que só aceitará a Secretaria de Agricultura caso ela seja vitaminada, retomando o "Viva Leite" e o "Bom Prato".

Contra-ataque Alckmistas reagem ao êxodo na bancada tucana paulistana. Tião Farias, categórico crítico dos dissidentes, aprovou subcomissão para monitorar o uso de verba da prefeitura nas obras da Copa. Fará ainda audiência para cobrar o plano de metas de Kassab.

Trombone Do ex-deputado Vic Pires (PA), ao responder se ele e a mulher, Valéria Franco, vão permanecer no DEM ou aderir ao futuro PSD de Kassab: "Nós somos como os músicos do Titanic, que ficaram tocando até o navio afundar".

com FABIO ZAMBELI e ANA FLOR

tiroteio

"Para esconder sua incompetência nas obras da Copa e da Olimpíada, o governo quer amordaçar o próprio governo."

DO DEPUTADO MENDES THAME (PSDB-SP) analisando a contradição entre o Ipea, que apontou problemas em 10 dos 13 aeroportos em reforma para a Copa, e o ministro Gilberto Carvalho, que desautorizou os estudos do órgão.

contraponto

Liturgia do cargo

Em cerimônia alusiva ao Dia do Exército, com a presença da presidente Dilma, autoridades estavam perfiladas para a execução do hino nacional. Em seguida, ouviu-se o hino do Exército, cantado a plenos pulmões pelo ministro Nelson Jobim (Defesa). Surpreso, o vice-presidente Michel Temer perguntou a Jobim:
-Você conhece de cor o hino do Exército?
O ministro prontamente respondeu:
-Claro que conheço. Não só o do Exército. Os da Aeronáutica e da Marinha também!


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