São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 2011

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JANIO DE FREITAS

Invasões aqui e acolá


Parte grande das causas da ineficiência retardadora, que é a administração pública, vem da infiltração política


É O MINISTRO da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, quem se ocupa, por preocupação e urgente intervenção da presidente da República, de impor ordenamento legal, racional e humanamente respeitoso às obras da hidrelétrica de Jirau, paralisadas no mês passado pela revolta eclodida entre os mais de 20 mil trabalhadores contratados pela empreiteira Camargo Corrêa. É ainda o ministro da Presidência que se ocupa de correções que previnam revolta também nas obras da hidrelétrica de Belo Monte.
A necessária entrada da Presidência da República no exame e na orientação das condições de vida nas duas obras dá-se em um governo que conta com um Ministério do Trabalho, um Ministério da Saúde, um Ministério da Justiça, um Ministério da Previdência Social, uma Secretaria Especial de Direitos Humanos, e incalculável quantidade de serviços e autarquias, tudo isso e ainda mais com responsabilidades de fiscalização, correção, impugnação e punição de irregularidades nas relações de trabalho. Sob o Congresso, e para fundamentar sua função constitucional de fiscalizador, há o Tribunal de Contas da União. E ainda existem os setores equivalentes estaduais.
Cá pelo meu lado, não há dúvida de que parte grande das causas dessa ineficiência retardadora, que é a administração pública, decorre da infiltração política para ocupar os postos de gestão em todo o organismo executivo do governo. Essa infiltração se ramificou mais a cada governo, extinguiu a carreira do serviço público (com a contribuição da teoria do Estado mínimo) e, nestes dias, mostra suas garras quando Dilma Rousseff tenta negar-lhe, e até consegue fazê-lo vez ou outra, um qualquer gabinete ali ou lá.
Bem, queira desculpar a escolha do assunto. Ninguém está interessado nele.

COMO SEMPRE
Ingleses, franceses e já também italianos vão desembarcar na Líbia "forças especiais" de instrutores. No Vietnã, tudo começou com esses instrutores, no caso, americanos. No Afeganistão, idem. No Iraque, para retirar (com atraso) soldados como prometera na campanha, Obama substituiu-os por instrutores mercenários. Hoje, além de 50 mil soldados, há um número indeclarado e crescente de mercenários. Em vão. A guerra subterrânea continua. E se os pretensos instrutores saírem, o risco é de explosão do país.

LIÇÃO
Surpresa não foi, porque Eduardo Paes tem sido um prefeito presente e ativo. Mas isso não dispensa registrar que a ação da prefeitura carioca, com destaque para a Secretaria de Educação, foi admirável no episódio de Realengo, cuja escola e suas crianças voltaram agora à atividade plena.
Ao que está prometido, as escolas municipais vão beneficiar-se do ocorrido em Realengo, com equipamentos de vigilância, mais funcionários e novos serviços. O programa é bom.


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