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ANÁLISE
Em 15 dias na internet, campanha é atropelada por militância e parece vazia
ALEC DUARTE
EDITOR-ADJUNTO DE PODER
Os primeiros 15 dias de
uma campanha na internet
que (ainda) promete ser revolucionária, apesar da boa
chance de o reflexo na urna
ser pífio pela menor penetração do meio no país, deixaram uma sensação de vazio.
Não seria assim se o fato
mais relevante nascido na
web até agora tivesse passado pelas campanhas.
Foi justamente a produção
de conteúdo espontâneo pela militância, incentivada pelos partidos, que provocou o
primeiro grande problema
da corrida presidencial.
Ao entrevistar o candidato
a vice Indio da Costa e divulgar o material no YouTube,
militantes tucanos deram
combustível a um tema adormecido (a ligação do PT com
as Farc) e provocaram inesperado constrangimento à
cúpula do PSDB.
O fato nos fez lembrar como, na web, é muito mais fácil destruir do que construir.
O papel das equipes de campanha na internet, por ora,
parece ter sido apenas tentar
sobreviver a essa máxima.
No caso do PT, o caráter incontrolável da rede provocou
um ruído positivo: um publicitário fez uma paródia de
Lady Gaga favorável a Dilma
Rousseff e tomou a internet
de assalto. O vídeo figura entre os mais vistos do mundo
desde a semana passada.
Prova de que a contribuição descentralizada pode ter
um papel decisivo? Ainda
não, até pela desconfiança
de que DilmaBoy não passe
de um produto de campanha
-inevitável lembrar de ObamaGirl, obra da mesma equipe que agora assessora Dilma. Seria óbvio, mas campanhas são assim: óbvias.
Enquanto isso, a rede de
simpatizantes do PV repete a
trajetória da candidata nas
pesquisas: não sai do lugar.
As campanhas também
fracassaram na tentativa de
alçar suas bandeiras aos termos mais usados no Twitter.
Nenhuma novidade: o debate político, como mostrou
a Folha na segunda-feira,
não tem encontrado eco na
internet. No máximo, reproduz a militância off-line.
A primeira quinzena de
campanha comprova perfeitamente essa conclusão.
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