São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2011

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"É uma obra polêmica, como as do Niemeyer"

Afirmação é do prefeito de Lajedo, sobre pórtico

FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A LAJEDO (PE)

São 23h30 de quinta-feira, e na rua 19 de Maio os quiosques da Praça da Alimentação, principal atração de Lajedo, fecham suas portas. A pequena cidade do agreste pernambucano já se prepara para dormir.
No local, não há cinemas, teatros, museus ou atrações turísticas para visitar. As cerca de dez pequenas pousadas são suficientes para abrigar eventuais visitantes.
Mesmo assim, o município de 56 mil habitantes formalizou nos últimos anos diversos convênios com o Ministério do Turismo -alguns com valores de quase R$ 1 milhão, o equivalente a 20 dias de arrecadação municipal.
Grande parte da verba é destinada a obras como o calçamento de ruas com paralelepípedos.
Em Lajedo, o dinheiro do Turismo financiou também a construção de estruturas polêmicas, como o pórtico de R$ 180 mil, erguido logo na entrada da cidade.
O monumento -um braço branco estilizado esticado sobre um prato- não traz nenhuma referência ao nome do município sua prestação de contas está pendente.
O prefeito Antonio João Dourado (PDT) diz que a obra simboliza o nascimento da cidade, que surgiu em uma área onde havia uma laje de pedra que acumulava a água da chuva.
"É uma obra polêmica, como são as do [arquiteto Oscar] Niemeyer", compara.
O prefeito disse que a pendência na prestação de contas ocorreu porque o custo do pórtico "extrapolou" o valor repassado pelo ministério.
Ele reconhece que a cidade não é um ponto turístico, mas diz que as obras estruturam o município para, futuramente, receber turistas.
"Turismo não significa apenas lazer. Podemos estruturar o turismo de negócios, por exemplo", diz o prefeito.
Comércio e agricultura são as bases da economia local.


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