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Solto, governador é recebido com festa na volta ao Amapá
Preso em operação da PF, Dias reassume o cargo e a campanha à reeleição
Candidato ao Senado, Waldez Góes também foi solto na madrugada de domingo e saudado por 5.000 militantes no AP
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ
Dez dias após serem presos por supostamente articular um esquema de corrupção no Amapá, o governador
do Estado, Pedro Paulo Dias
(PP), e seu antecessor, Waldez Góes (PDT), voltaram ontem a Macapá dizendo que
foram injustiçados e tentando mostrar que ainda têm
chances nas eleições.
No final da tarde, foram recebidos em um dos maiores
atos de suas campanhas à
reeleição e ao Senado, com
cerca de 5.000 pessoas. Com
a volta, Dias reassumiu o governo do Estado.
A multidão começou a
chegar ao aeroporto da cidade por volta das 14h. Esperou
o retorno dos candidatos até
as 18h, quando saíram em
carreata pelas principais
ruas de Macapá.
No último dia 10, eles foram alvo da Operação Mãos
Limpas, da Polícia Federal.
Nela, foi desarticulado um
grupo de políticos, empresários e servidores estaduais
que pode ter desviado mais
de R$ 300 milhões dos cofres
públicos, segundo a PF.
Dias e Góes estavam presos na superintendência da
PF em Brasília e foram soltos
no domingo, após o segundo
pedido de prisão temporária
dos dois vencer.
A volta de Dias ao poder foi
"antecipada" em sua propaganda eleitoral. Ele negou
que renunciaria -como seu
rival na disputa Jorge Amanajás (PSDB) sugeriu.
Na TV, afirmou que voltaria por acreditar "no povo e
na Justiça". Até então, a operação da PF e sua prisão ainda não tinham sido citadas
em seu programa eleitoral.
DILMA E SARNEY
Carregando faixas, bandeiras e explodindo fogos de
artifício, os apoiadores de
Góes, em 4º lugar na corrida
para o Senado, e de Dias, 4º
lugar para o governo, segundo o Ibope, lentamente lotaram o saguão do aeroporto.
Alguns tinham bottons de
Dilma Rousseff, candidata
do PT à Presidência. O presidente Lula já chegou a pedir
votos para Góes na televisão.
Enquanto esperavam, os
cabos eleitorais gritavam
"Pedro Paulo é meu amigo;
mexeu com ele, mexeu comigo" e "Fora Sarney".
Segundo apoiadores de
Dias, o senador José Sarney
(PMDB-AP) provocou a operação policial para impulsionar a candidatura de seu
aliado Lucas Barreto (PTB)
ao governo do Estado. A PF
nega influência política em
seu trabalho.
O momento de maior comoção foi quando os dois políticos chegaram, em um jatinho fretado. Góes resolveu
descer com os filhos e a mulher, Marília, também presa
sob suspeita de envolvimento no suposto esquema, no
meio da multidão.
O filho mais novo chorava
sem parar enquanto era levado até o trio elétrico, com o
qual a família seguiu em carreata por Macapá.
Dias não subiu no veículo,
seguiu para se preparar para
um debate eleitoral na televisão. Os políticos foram anunciados pelo trio como vítimas
de "mais uma injustiça".
A operação foi a terceira da
PF no Estado nos últimos três
anos a focar a gestão de Góes.
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