São Paulo, terça-feira, 21 de setembro de 2010

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OAB e oposição reagem a uso de TV estatal em ato de campanha do PT

PSDB quer investigação de prática; juristas dizem que há indícios de crime eleitoral

GABRIELA GUERREIRO
FELIPE SELIGMANN

DE BRASÍLIA

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a oposição reagiram ontem ao uso de funcionários públicos e equipamentos da TV oficial do governo para filmar comícios da candidata Dilma Rousseff (PT) com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Enquanto o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, disse que a emissora "é do Estado, não é do presidente em campanha", o PSDB decidiu acionar o Ministério Público Eleitoral para investigar.
Em conversas reservadas, ministros e ex-ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do STF (Supremo Tribunal Federal) ouvidos pela Folha disseram ver indícios de crime eleitoral.
"Quero crer que o presidente não concordou, mas algo deve ser feito para coibir esse tipo de improbidade administrativa. O partido, a campanha da candidata ou o próprio presidente deveriam, espontaneamente, ressarcir o dinheiro gasto com isso", sugeriu Cavalcante.
A Folha revelou que cinegrafistas e auxiliares da NBR foram orientados a gravar os discursos do presidente nos eventos da campanha eleitoral. A TV NBR é o canal da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) que noticia atos e políticas do governo.
Advogados do PSDB vão encaminhar pedido de investigação ao Ministério Público Eleitoral por considerar que houve uso da máquina pública pelo governo. Também vão pedir que a NBR encaminhe ao Senado cópias das gravações dos eventos.
O líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), ironizou: "A única PPP [Parceria Público-Privada] que funciona é do governo, como pessoa física, com candidatos do PT e a máquina governamental".
Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a Justiça Eleitoral tem que cobrar providências da campanha petista.


Colaborou LUCAS FERRAZ , de Brasília


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