São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2010

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Despachante recebeu "auxílio" de
R$ 5 mil

Dirceu Garcia, que entregou dados sigilosos de tucanos a jornalista, admitiu ter recebido valor no mês passado

Segundo a PF, houve dois depósitos em dinheiro efetuados em setembro numa agência bancária de Brasília

DE BRASÍLIA

O despachante Dirceu Rodrigues Garcia afirmou ao "Jornal Nacional" que recebeu do jornalista Amaury Ribeiro Jr. R$ 5.000 no mês passado, segundo ele, a título de "auxílio e ajuda". A Polícia Federal diz que a quantia foi paga em dois depósitos, nos dias 9 e 17 de setembro, feitos em dinheiro vivo numa agência bancária de Brasília.
Garcia afirma que não interpretou o repasse como um "cala boca", já que as investigações sobre a violação dos sigilos estavam adiantadas. Ele disse que entregou a quebra dos sigilos a Ribeiro em um bar no edifício Copan, em São Paulo. Segundo ele, foi cobrado R$ 700 para cada cópia, totalizando R$ 8.400.
No mês passado, eles voltaram a se encontrar. "Ele me ofereceu um auxílio", disse. Ribeiro nega que tenha pago pelos documentos.
Depois de identificar como os dados sigilosos dos tucanos foram acessados, a PF busca saber agora se alguém ordenou que Ribeiro conseguisse os documentos. Ele prestará novo depoimento.
A PF apura se a ação começou para proteger Aécio Neves -que à época disputava internamente no PSDB a candidatura à Presidência.
Aécio negou "com veemência e indignação" sua ligação com o caso.
Segundo o relato do jornalista à PF, ele descobriu que um grupo comandado pelo deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ligado a José Serra, investigava Aécio. Itagiba e Serra negam.
À PF Ribeiro diz que os deslocamentos para pegar os documentos foram custeados pelo jornal "Estado de Minas", que também nega.
Em nota, a PF diz que os dados foram usados "para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha". Disse refutar o uso do trabalho policial para fins eleitorais.


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