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Despachante recebeu "auxílio" de
R$ 5 mil
Dirceu Garcia, que entregou dados sigilosos de tucanos a jornalista, admitiu ter recebido valor no mês passado
Segundo a PF, houve dois depósitos em dinheiro efetuados em setembro numa agência bancária de Brasília
DE BRASÍLIA
O despachante Dirceu Rodrigues Garcia afirmou ao
"Jornal Nacional" que recebeu do jornalista Amaury Ribeiro Jr. R$ 5.000 no mês passado, segundo ele, a título de
"auxílio e ajuda". A Polícia
Federal diz que a quantia foi
paga em dois depósitos, nos
dias 9 e 17 de setembro, feitos
em dinheiro vivo numa agência bancária de Brasília.
Garcia afirma que não interpretou o repasse como um
"cala boca", já que as investigações sobre a violação dos
sigilos estavam adiantadas.
Ele disse que entregou a quebra dos sigilos a Ribeiro em
um bar no edifício Copan, em
São Paulo. Segundo ele, foi
cobrado R$ 700 para cada cópia, totalizando R$ 8.400.
No mês passado, eles voltaram a se encontrar. "Ele me
ofereceu um auxílio", disse.
Ribeiro nega que tenha pago
pelos documentos.
Depois de identificar como
os dados sigilosos dos tucanos foram acessados, a PF
busca saber agora se alguém
ordenou que Ribeiro conseguisse os documentos. Ele
prestará novo depoimento.
A PF apura se a ação começou para proteger Aécio Neves -que à época disputava
internamente no PSDB a candidatura à Presidência.
Aécio negou "com veemência e indignação" sua ligação com o caso.
Segundo o relato do jornalista à PF, ele descobriu que
um grupo comandado pelo
deputado federal Marcelo
Itagiba (PSDB-RJ), ligado a
José Serra, investigava Aécio.
Itagiba e Serra negam.
À PF Ribeiro diz que os
deslocamentos para pegar os
documentos foram custeados pelo jornal "Estado de
Minas", que também nega.
Em nota, a PF diz que os
dados foram usados "para a
confecção de relatórios, mas
não foi comprovada sua utilização em campanha". Disse
refutar o uso do trabalho policial para fins eleitorais.
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