São Paulo, terça-feira, 21 de dezembro de 2010 |
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ANÁLISE Só na quarta tentativa Lula achou solução para a Defesa RICARDO BONALUME NETO DE SÃO PAULO Só na quarta tentativa o governo Lula conseguiu emplacar um ministro da Defesa ao mesmo tempo palatável aos militares e com o necessário misto de interesse e competência para o cargo. Nelson Jobim já afirmou que fez a "lição de casa", se instruindo sobre temas militares para entender a pasta. O primeiro ministro lulista era um diplomata, José Viegas Filho, no cargo de 2003 a novembro de 2004. O embaixador não tinha trânsito fácil com os militares -tanto que a sua renúncia se deu após uma crise depois de nota do Exército que defendia o regime militar. O segundo ministro foi o vice-presidente José Alencar, de novembro de 2004 a março de 2006. Sua indicação visava mostrar aos militares a importância do cargo. Mas a falta de recursos continuava. O baiano Waldir Pires ocupou o cargo de março de 2006 a junho de 2007. Sua ignorância de temas militares era abissal. Em seu período no cargo ocorreu o pior da crise do tráfego aéreo, que ele não soube debelar. Jobim, ministro desde 2007, sem dúvida foi o mais dinâmico. Foi o único que de fato tentou representar os militares perante outras áreas do governo -como mostra a atual polêmica sobre direitos humanos. E apesar de não ter conseguido ainda terminar com a longa e tediosa novela que é a escolha do futuro caça da Força Aérea Brasileira, pelo menos Jobim deu a partida em vários outros projetos de interesse das três forças, como a entrega dos três primeiros helicópteros de transporte EC-725 da Eurocopter (Projeto H-X BR), ontem. A compra simboliza um princípio estabelecido na pioneira Estratégia Nacional de Defesa, de 2008: estimular uma maior capacidade de operação conjunta das três forças e a compra, na medida do possível, de equipamento padronizado. Usar o mesmo helicóptero facilita o treinamento e a logística, e faz o preço unitário cair. Jobim também conseguiu alavancar a compra de submarinos convencionais na França e apoio francês no desenvolvimento do casco de um submarino nuclear de projeto brasileiro. Ele está ainda criando o Instituto Pandiá Calógeras para treinar pessoal em assuntos militares para o ministério, como o Instituto Rio Branco faz para o Itamaraty. Calógeras foi o primeiro, e dinâmico, civil que comandou o então Ministério da Guerra, em 1919. Texto Anterior: Críticas são "irrelevantes", afirma Jobim Próximo Texto: Foco: De saída do Alvorada, petista vai levar 1,5 milhão de objetos Índice | Comunicar Erros |
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