São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Dilma fará "rodízio" de ministros na coordenação

Objetivo é aproximar Planalto do Legislativo

NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

A presidente Dilma pretende remodelar as reuniões da coordenação política de governo e incluir ministros fora do núcleo duro nos encontros semanais que ocorrem no Planalto para tratar da agenda prioritária.
O objetivo é ampliar o debate sobre as ações para além dos nove integrantes permanentes do grupo.
Em tempos de votações estratégicas no Congresso, Dilma quer trazer os ministros que representam partidos para ajudar nas negociações com o Legislativo.
Seria uma forma de fazer com que eles pressionem suas bancadas em nome do Planalto. Na votação do salário mínimo e do Código Florestal, por exemplo, ela reclamou não só da rebeldia de alguns aliados, mas do "corpo-mole" de auxiliares.
Segundo a Folha apurou, a presidente também quer afinar o discurso na Esplanada sobre os principais assuntos da ordem do dia.
Além de Dilma e do vice-presidente Michel Temer, participam da coordenação os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Helena Chagas (Secom), José Eduardo Cardozo (Justiça), Miriam Belchior (Planejamento) e Guido Mantega (Fazenda).
Dilma deseja, ainda, incluir encontros temáticos na coordenação.

AFINAÇÃO
Alguns auxiliares já haviam sido chamados a participar de reuniões do grupo, o que originou a ideia do "rodízio". Hoje um dos maiores desafios do Executivo após a queda de Antonio Palocci (ex-Casa Civil) é padronizar sua posição sobre temas, sobretudo os espinhosos.
O debate sobre o sigilo eterno de documentos oficiais mostrou esse descompasso. A própria presidente reclamou que alguns ministros não haviam entendido a proposta do Palácio.
Na última sexta-feira, no Alvorada, Dilma chegou a corrigir, de forma impaciente, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário.
Na ocasião, disse que Rosário não havia entendido a relação entre a manutenção de documentos ultrassecretos e a instalação da Comissão da Verdade, órgão com poder de acessar dados sob qualquer tipo de sigilo.
Enquanto isso, o governo era criticado por recuar na área de direitos humanos.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Elio Gaspari: A rodoviária do Rio não é Greta Garbo
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.