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Dilma fará "rodízio" de ministros na coordenação
Objetivo é aproximar Planalto do Legislativo
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
A presidente Dilma pretende remodelar as reuniões
da coordenação política de
governo e incluir ministros
fora do núcleo duro nos encontros semanais que ocorrem no Planalto para tratar
da agenda prioritária.
O objetivo é ampliar o debate sobre as ações para
além dos nove integrantes
permanentes do grupo.
Em tempos de votações estratégicas no Congresso, Dilma quer trazer os ministros
que representam partidos
para ajudar nas negociações
com o Legislativo.
Seria uma forma de fazer
com que eles pressionem
suas bancadas em nome do
Planalto. Na votação do salário mínimo e do Código Florestal, por exemplo, ela reclamou não só da rebeldia de
alguns aliados, mas do "corpo-mole" de auxiliares.
Segundo a Folha apurou,
a presidente também quer
afinar o discurso na Esplanada sobre os principais assuntos da ordem do dia.
Além de Dilma e do vice-presidente Michel Temer,
participam da coordenação
os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Gleisi
Hoffmann (Casa Civil), Ideli
Salvatti (Relações Institucionais), Helena Chagas (Secom), José Eduardo Cardozo
(Justiça), Miriam Belchior
(Planejamento) e Guido Mantega (Fazenda).
Dilma deseja, ainda, incluir encontros temáticos na
coordenação.
AFINAÇÃO
Alguns auxiliares já haviam sido chamados a participar de reuniões do grupo, o
que originou a ideia do "rodízio". Hoje um dos maiores
desafios do Executivo após a
queda de Antonio Palocci
(ex-Casa Civil) é padronizar
sua posição sobre temas, sobretudo os espinhosos.
O debate sobre o sigilo
eterno de documentos oficiais mostrou esse descompasso. A própria presidente
reclamou que alguns ministros não haviam entendido a
proposta do Palácio.
Na última sexta-feira, no
Alvorada, Dilma chegou a
corrigir, de forma impaciente, a ministra dos Direitos
Humanos, Maria do Rosário.
Na ocasião, disse que Rosário não havia entendido a
relação entre a manutenção
de documentos ultrassecretos e a instalação da Comissão da Verdade, órgão com
poder de acessar dados sob
qualquer tipo de sigilo.
Enquanto isso, o governo
era criticado por recuar na
área de direitos humanos.
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