São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Dilma nega ter indicado Erenice ao cargo

Candidata diz que não sabe de nenhum ato inidôneo de Erenice, mas afirma que nomeação seguiu critério de Lula

Questionada sobre como evitar o tráfico de influência, petista diz que é preciso apostar na virtude das instituições

MATHEUS MAGENTA
DE SALVADOR

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, negou ontem em Salvador que tenha indicado a ex-ministra Erenice Guerra para sucedê-la na Casa Civil e atribuiu a nomeação a um critério fixado pelo presidente Lula.
Pela manhã, em entrevista ao programa "Bom Dia Brasil", Dilma ressaltou que não sabe de nenhum ato inidôneo de Erenice: "Até hoje eu nunca vi nenhuma prova, nenhuma ação inidônea da ex-ministra Erenice, o que não significa que ela não está acima da suspeita", disse.
Dilma deixou o cargo de ministra da Casa Civil no fim de março deste ano. Ela foi sucedida então pela secretária-executiva Erenice Guerra, que pediu demissão na semana passada após suspeitas de participação em esquema de lobby no governo.
"Naquele momento de mudança de ministros, por conta de que alguns ministros iriam concorrer à eleição, o presidente Lula definiu um critério: que a sucessão seria pelos secretários-executivos. Isso foi generalizado no Planalto", afirmou Dilma em Salvador.

INSTITUIÇÕES
Questionada sobre como evitaria tráfico de influência num eventual governo, Dilma citou uma reflexão de Montesquieu (1689-1755).
"Você não pode apostar só na virtude dos homens e das mulheres, porque eles são falhos. Você tem de apostar na virtude das instituições. Sem reforçar as instituições, sem mecanismos de controle cada vez mais rigorosos, você terá sempre o risco de ocorrer esses episódios", disse.
Ela defendeu a investigação das denúncias contra Erenice "doa a quem doer" e disse que só o governo federal está mais interessado do que ela na apuração do caso.
Dilma repudiou a associação entre as denúncias e sua campanha e diz que as insinuações são "levianas e infundadas". Para ela, é preciso apurar antes de condenar, senão "vamos exigir que as pessoas provem que são inocentes": "Aí a gente estaria voltando à Idade Média".
De manhã, à TV Globo, disse que não pode responder por Erenice: "Não posso ser responsabilizada pelo que faz o filho ou parente de alguém". Ela disse ainda que era a pessoa mais interessada na apuração do caso: "Se ele [Israel Guerra] admitiu que recebeu ele é culpado.
Então vai pagar por isso, mas daí fazer qualquer relação com a minha campanha são outros quinhentos".
Dilma disse que esses casos não têm relação com sua candidatura: "Minha campanha não está envolvida".


Colaborou ALINE PELLEGRINI , de São Paulo


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