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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Dilma nega ter indicado Erenice ao cargo
Candidata diz que não sabe de nenhum ato inidôneo de Erenice, mas afirma que nomeação seguiu critério de Lula
Questionada sobre como evitar o tráfico de influência, petista diz que é preciso apostar na virtude das instituições
MATHEUS MAGENTA
DE SALVADOR
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, negou ontem em Salvador que
tenha indicado a ex-ministra
Erenice Guerra para sucedê-la na Casa Civil e atribuiu a
nomeação a um critério fixado pelo presidente Lula.
Pela manhã, em entrevista
ao programa "Bom Dia Brasil", Dilma ressaltou que não
sabe de nenhum ato inidôneo de Erenice: "Até hoje eu
nunca vi nenhuma prova,
nenhuma ação inidônea da
ex-ministra Erenice, o que
não significa que ela não está
acima da suspeita", disse.
Dilma deixou o cargo de
ministra da Casa Civil no fim
de março deste ano. Ela foi
sucedida então pela secretária-executiva Erenice Guerra,
que pediu demissão na semana passada após suspeitas de participação em esquema de lobby no governo.
"Naquele momento de
mudança de ministros, por
conta de que alguns ministros iriam concorrer à eleição, o presidente Lula definiu um critério: que a sucessão seria pelos secretários-executivos. Isso foi generalizado no Planalto", afirmou
Dilma em Salvador.
INSTITUIÇÕES
Questionada sobre como
evitaria tráfico de influência
num eventual governo, Dilma citou uma reflexão de
Montesquieu (1689-1755).
"Você não pode apostar só
na virtude dos homens e das
mulheres, porque eles são falhos. Você tem de apostar na
virtude das instituições. Sem
reforçar as instituições, sem
mecanismos de controle cada vez mais rigorosos, você
terá sempre o risco de ocorrer
esses episódios", disse.
Ela defendeu a investigação das denúncias contra
Erenice "doa a quem doer" e
disse que só o governo federal está mais interessado do
que ela na apuração do caso.
Dilma repudiou a associação entre as denúncias e sua
campanha e diz que as insinuações são "levianas e infundadas". Para ela, é preciso apurar antes de condenar,
senão "vamos exigir que as
pessoas provem que são inocentes": "Aí a gente estaria
voltando à Idade Média".
De manhã, à TV Globo,
disse que não pode responder por Erenice: "Não posso
ser responsabilizada pelo
que faz o filho ou parente de
alguém". Ela disse ainda que
era a pessoa mais interessada na apuração do caso: "Se
ele [Israel Guerra] admitiu
que recebeu ele é culpado.
Então vai pagar por isso, mas
daí fazer qualquer relação
com a minha campanha são
outros quinhentos".
Dilma disse que esses casos não têm relação com sua
candidatura: "Minha campanha não está envolvida".
Colaborou ALINE PELLEGRINI , de São
Paulo
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