São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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Comissão repete a que apurou dossiê anti-FHC

DE BRASÍLIA

Dois dos três integrantes da comissão criada para apurar denúncias de tráfico de influência na Casa Civil participaram da sindicância que investigou o dossiê com gastos exóticos do governo do tucano Fernando Henrique.
Segundo portaria publicada ontem no "Diário Oficial da União", estão no grupo Waldir João Ferreira da Silva Junior, que presidiu a sindicância, e Carlos de Oliveira.
Ambos assinaram, em 2008, relatório que apontou quem teria vazado o dossiê, deixando de indicar quem mandou confeccioná-lo.
Conforme a Folha revelou, foi a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, como braço direito da agora candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT), quem mandou montar o dossiê que reuniu dados sigilosos de gastos do casal FHC e Ruth Cardoso. De acordo com Dilma e Erenice, era um "banco de dados".
Segundo a Casa Civil, "a comissão identificou o servidor envolvido no ato do vazamento, indicou a abertura de processo administrativo disciplinar e encaminhou o processo ao TCU, órgão de origem do servidor. São resultados que demonstram o sucesso do trabalho."
Inquérito da PF, ainda em tramitação, apura não apenas quem vazou, mas também quem mandou confeccionar o documento.
Ontem, Erenice entregou carta de renúncia de suas funções como conselheira de administração do BNDES, da Eletrobras e da Chesf.
Ela recebia R$ 5,1 mil a cada três meses para fazer parte do conselho do BNDES e R$ 3,8 mil para participar de reuniões mensais da Eletrobras e da Chesf.
Mesmo se a ex-ministra não tivesse tido a iniciativa de renunciar, já havia no governo a decisão de exonerá-la dos cargos nos conselhos.
O caso é oposto ao do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, que saiu da pasta em 2007 e se manteve no conselho da Petrobras, devido ao bom relacionamento com Dilma.
No caso de Erenice, a avaliação no Planalto é que sua manutenção recebendo dinheiro de estatais após acusações de esquema de tráfico de influência com a participação do filho poderia contaminar a campanha de Dilma.


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