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Aliado de Dilma furtou dados, diz jornalista
Amaury Ribeiro Jr. afirma "ter certeza" de que Rui Falcão, coordenador da petista, copiou informações contra Serra
Segundo o pivô do caso, ele teve seus arquivos copiados em seu quarto de hotel no DF; Falcão contesta as acusações
FERNANDA ODILLA
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
Em depoimento à Polícia
Federal, o jornalista Amaury
Ribeiro Júnior disse "ter certeza" de que foi o deputado
estadual Rui Falcão (PT-SP),
coordenador de imprensa da
campanha de Dilma Rousseff
(PT), quem copiou de seu
computador dados de pessoas ligadas ao candidato José Serra (PSDB).
Esses dados com informações sigilosas faziam parte de
investigação do jornalista sobre privatizações no governo
FHC e, como a Folha revelou
em junho, estavam em dossiê que circulou neste ano na
pré-campanha de Dilma.
Na conversa com a PF, o
repórter disse que em nenhum momento entregou
seu "material a qualquer pessoa e acredita, com veemência, que o mesmo foi copiado
de seu notebook".
O furto dos dados, segundo ele, teria sido feito quando
ocupava um apartamento do
hotel Meliá Brasília, de propriedade de uma pessoa cujo
primeiro nome é "Jorge" e
que a PF tenta localizar.
Segundo Amaury, Jorge
seria o "responsável pela administração dos gastos da casa do Lago Sul [usada pela
equipe de imprensa do PT] e
da campanha de Dilma".
O jornalista diz "ter certeza
que tal material foi copiado
pelo deputado Rui Falcão,
pois somente ele tinha a chave do apartamento".
No depoimento, ele informou ainda que o deputado
"já havia residido" no local e
que o nome dele "constava
da portaria do hotel como
ocupante daquela unidade".
Além desse fato, Amaury
baseia sua convicção no relato de jornalistas que teriam
lhe revelado que Rui Falcão
seria um dos responsáveis
pela "denúncia da existência
do novo "grupo de aloprados'" dentro do PT.
Amaury não explicou à PF
por que nunca deu queixa do
furto. À Folha, em junho,
disse que não agiu por causa
de apelo de Luiz Lanzetta.
A imprensa havia revelado
que Lanzetta, amigo de
Amaury e responsável pela
equipe de imprensa e despesas logísticas da pré-campanha, estava montando "grupo de inteligência" para reunir munição contra Serra.
O relato feito pela revista
"Veja" de um desses encontros serviu de estopim para o
comando da campanha desmantelar a equipe.
Na época, Lanzetta negou
que Serra seria alvo. Admitiu
que buscava montar equipe
para identificar quem estaria
vazando dados do comitê petista. Em entrevistas, ele atribuiu o vazamento da atuação
do "grupo de inteligência" a
aliados de Marta Suplicy no
PT. Rui Falcão é um deles.
À PF, no dia 15 de outubro,
Amaury também relacionou
Rui Falcão a uma operação
de "fogo amigo" no PT.
Ele disse que "passou a
suspeitar que os responsáveis pelo vazamento [de dentro do comitê] poderiam ser
ligados à própria campanha", numa tentativa de tirar
poder na área de imprensa
da equipe de Lanzetta.
Segundo Amaury, havia
uma disputa entre uma empresa ligada a Falcão e Lanzetta, que teria acabado na
acusação de existência de
um grupo de "aloprados" na
campanha e na cópia de seus
documentos sobre a privatização no governo FHC.
O jornalista disse que a investigação começou em
2000 e foi retomada em dezembro de 2007, quando trabalhava no jornal "Estado de
Minas" e teria "tomado ciência de que um grupo clandestino de inteligência estaria
seguindo o então governador
tucano Aécio Neves".
Amaury disse que foi informado que se "tratava de grupo que trabalhava para Serra, sob comando do deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ)". Itagiba nega. Aécio refuta ter pedido apuração.
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