São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2011

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Perda de royalties custará R$ 2 bi a SP em 2020

Cabral se reúne com Dilma e Rio ameaça cortar investimentos da Copa caso perca receitas

MARIANA CARNEIRO

DE SÃO PAULO

PEDRO SOARES
DO RIO

BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

A mudança na divisão da receita do petróleo, aprovada no Senado na última quarta-feira, poderá provocar perdas ao Estado de São Paulo quase R$ 2 bilhões em 2020.
Segundo cálculos da Secretaria de Fazenda paulista, a nova distribuição causará prejuízos crescentes ao Estado a partir de 2015.
Nesse ano, campos de petróleo no litoral paulista começarão a produzir mais e deverão gerar pagamentos elevados de royalties e participações especiais.
Os dois tributos tiveram as regras de divisão entre Estados e municípios alteradas em votação no Senado. A mudança ainda tem que passar por votação na Câmara.
Pela legislação em vigor, São Paulo e municípios paulistas deverão arrecadar cerca de R$ 4 bilhões em 2020.
O valor cairá pela metade se as alterações feitas pelo Senado passarem a valer.
Nos bastidores, deputados paulistas avaliam, no entanto, que a nova votação deve demorar.
O tema chega à Câmara em um momento de discussões importantes (e inadiáveis), como a desvinculação dos recursos da União (DRU), o Orçamento da União para o ano que vem, o plano plurianual, além de medidas provisórias.
Isso poderá dar tempo para que os produtores como o Rio, derrotados no Senado, tentem angariar apoio.
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), esteve ontem em Brasília, onde se encontrou com a presidente Dilma Rousseff. Na saída da reunião, Cabral disse que a presidente considerou "impossível" a estimativa de produção de petróleo no país que fundamentou a redistribuição de receitas no Senado.
Pelo projeto do senador Vital do Rêgo, em 2016, a produção diária de barris de petróleo atingiria a marca dos 6 milhões de barris. Com isso, a perda dos Estados produtores não seria tão impactante.
"Como ela [a presidente Dilma] é uma especialista na matéria, quando eu disse que havia uma expectativa no substitutivo do senador Vital do Rêgo de que, daqui a cinco anos, cheguemos a 6 milhões de barris, ela falou: "impossível"", relatou o governador.
Cabral e Dilma deverão ter nova reunião na próxima quarta-feira.
Segundo cálculos do governo paulista, a perda de São Paulo em 2012 é "muito pequena", pois o Estado hoje arrecada muito pouco. Já o Rio prevê perder R$ 1,5 bilhão no ano que vem.
O secretário de Fazenda fluminense, Renato Villela, disse que, caso a mudança seja aprovada, investimentos -como em obras da Copa e da Olimpíada- poderão ser cortados para compensar o eventual buraco aberto no orçamento.


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