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PRESIDENTE 40 A TRANSIÇÃO
Sem alianças, PT, PMDB e PSDB cresceriam
Siglas teriam feito 62 deputados federais a mais se coligações na disputa pela Câmara não fossem permitidas
Partidos tradicionais se aliam a nanicos por mais tempo de TV; 6 siglas só elegeram representante
por estarem coligadas
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
Se os três maiores partidos
brasileiros não tivessem se
coligado a nenhum outro na
eleição deste ano para obter
vagas na Câmara dos Deputados, suas bancadas somadas chegariam a 282 cadeiras. Como se coligaram, PT,
PMDB e PSDB conquistaram
juntos apenas 220 deputados
para a legislatura que começa em 2011.
A diferença de 62 deputados (12% da Câmara) se dividiu entre partidos pequenos.
Seis dessas agremiações só
têm deputados eleitos por
causa dessa "sobra" de cadeiras das siglas maiores.
O Brasil tem 27 partidos
políticos registrados oficialmente na Justiça Eleitoral. A
rigor, todos podem se aliar
na eleição para a Câmara, independentemente de serem
adversários nas disputas para presidente da República
ou para governador.
O sistema de coligação livre em eleições proporcionais no Brasil (Câmara, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais) permite
aos partidos se aliarem para
que os votos sejam divididos
entre todos os candidatos de
uma mesma aliança.
Trata-se de uma troca. Os
partidos grandes se juntam
aos pequenos para aumentar
seus tempos de TV e rádio na
propaganda gratuita (o PT
fez isso para dar mais exposição à candidatura presidencial de Dilma Rousseff).
Já as agremiações menores têm a vantagem de eleger
um número maior de deputados com base na votação das
siglas mais tradicionais.
As alianças não seguem
nenhum tipo de vínculo
ideológico. A coligação O
Maranhão Não Pode Parar,
por exemplo, incluiu na chapa de candidatos a deputado
o PT e o DEM, inimigos quase
mortais em Brasília.
O eleitor maranhense que
escolhia ideologicamente o
PT dava também seu voto a
um político do DEM. No modelo atual, todos os votos dados aos partidos de uma coligação são somados para o cálculo das vagas dessa aliança na Câmara.
Há exemplos nos 26 Estados e no Distrito Federal.
Não há no horário eleitoral
um esclarecimento a respeito
dessas alianças. Na TV, os
nomes são pequenos; no rádio, são lidos rapidamente.
Neste ano, segundo o Datafolha, depois de duas semanas da eleição, 30% dos
eleitores já não sabiam em
quem haviam votado para
deputado. Não há pesquisa
sobre quantos sabem quais
são as legendas que integram
a coligação do deputado para quem deram o voto.
O levantamento publicado
hoje pela Folha foi preparado por Antônio Augusto de
Queiroz, diretor de Documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
Em 1º de fevereiro de 2011,
quando os novos deputados
tomarem posse, 22 partidos
estarão representados. Se as
coligações nessas eleições
proporcionais não fossem
permitidas, o número de siglas presentes cairia para 16.
Os únicos três partidos que
perdem deputados por causa
das coligações são PMDB
(menos 30 cadeiras), PT (menos 20) e PSDB (menos 12).
O que mais se beneficiou é o PTB, que obteve 7 das 21 cadeiras por estar coligado.
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