São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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Padilha é o mais cotado a assumir a pasta da Saúde

Ministro das Relações Institucionais tem apoio político e da classe médica

Agora, a presidente eleita se concentra em resolver o nó do Banco Central, cujo titular ainda é uma incógnita

KENNEDY ALENCAR
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

O ministro das Relações Institucionais, o médico sanitarista Alexandre Padilha, é o nome mais cotado para assumir a Saúde no futuro governo de Dilma Rousseff.
Segundo a Folha apurou, Padilha reuniu apoio político e da classe médica. Ele tem a confiança da presidente eleita, que, anteontem, se reuniu com médicos em São Paulo.
O PMDB já informou Dilma que aceita abrir mão da Saúde (ocupada atualmente por José Gomes Temporão) em benefício de uma pasta com peso político importante, como o Ministério das Cidades.
Nesta semana, Dilma quer definir a situação do Banco Central, pois planeja divulgar ainda em novembro sua equipe econômica. Ela tem conversa agendada com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Meirelles perdeu força ao divulgar que só ficaria no cargo com autonomia, o que trouxe dúvida sobre a liberdade que Dilma daria ao BC.
A terceira pasta da equipe econômica, o Ministério do Planejamento, pode ficar com Miriam Belchior, técnica petista da confiança de Lula.
O presidente tem aconselhado Dilma a montar uma equipe econômica que sinalize continuidade. Na área política, recomendou a Dilma não indicar o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) para uma pasta no Palácio do Planalto. Avalia que ele não deve ocupar cargo no primeiro escalão.
Motivo: o fato de Pimentel ter levado para a campanha de Dilma a equipe que se envolveu no episódio da montagem de um dossiê contra aliados do candidato tucano ao Planalto, José Serra.
Como Pimentel tem serviços prestados à presidente eleita e se reúne com frequência com ela, pode ser nomeado para a presidência de uma estatal, como Furnas.
O deputado federal José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP) deverá ser o novo ministro da Justiça. Além de formação jurídica, Cardozo tem a vivência política -fatores que a presidente eleita considera essenciais para a pasta.
Auxiliar antigo de Dilma, Giles Azevedo se consolidou como opção para a chefia de gabinete da futura presidente. No governo Lula, essa função é ocupada por Gilberto Carvalho. Na gestão Dilma, Carvalho é cotado para a Secretaria-Geral da Presidência, se ela mantiver o formato atual, ou para uma assessoria voltada aos movimentos sociais e ao relacionamento com movimentos religiosos.
A equipe de transição de Dilma está fazendo estudos sobre o que considera "zonas cinzentas" do governo. Traduzindo: funções que podem ser tiradas de um ministério e transferidas para outro.
No desenho preferido de Dilma, Antonio Palocci Filho e Paulo Bernardo serão ministros com assento no Palácio do Planalto. Principal coordenador de sua campanha e ex-ministro da Fazenda, Palocci é cotado para a Casa Civil ou uma Secretaria-Geral remodelada, que assumiria funções hoje das Relações Institucionais, como a relação com Estados, municípios e Congresso.


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