São Paulo, quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

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Lula é vítima de golpe do empréstimo

Inscrição do presidente no INSS foi utilizada em 2007 por golpistas no RS para obter valor de R$ 5.000 em banco

Casa Civil percebeu a fraude quando primeira parcela foi descontada; alertada, Previdência passou caso para PF

Rafael Andrade/Folhapress
Lula e o governador Sérgio Cabral saem de uma das gôndolas do teleférico inaugurado ontem no Complexo do Alemão

SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO

O presidente Lula foi vítima de um golpe. Usando o número do benefício dele no INSS, golpistas fizeram, em 2007, dois empréstimos no banco PanAmericano: um no valor de cerca de R$ 4.000 e outro de R$ 600.
As 36 parcelas seriam descontadas da pensão recebida pelo presidente como anistiado político.
Os empréstimos foram feitos em Uruguaiana (635 km de Porto Alegre), cidade na fronteira com a Argentina. As transações foram feitas em nome de uma terceira pessoa, mas utilizando o número do benefício de Lula.
Os formulários de solicitação dos empréstimos foram preenchidos a mão.
A primeira parcela do empréstimo chegou a ser descontada da pensão de Lula, segundo o promotor Rodrigo Vieira, do Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Logo no primeiro desconto a fraude foi percebida. A Casa Civil da Presidência, então, acionou o INSS, que sustou o pagamento do empréstimo e encaminhou o caso para a Polícia Federal.
O banco devolveu a Lula a quantia descontada. A Polícia Civil em Uruguaiana deverá abrir um inquérito nos próximos dias para apurar o caso. A investigação será acompanhada pelo Ministério Público do RS.
O promotor Rodrigo Vieira disse que recebeu a documentação sobre a fraude no início do mês e encaminhou à Justiça estadual o pedido de abertura de inquérito.
A PF em Brasília, segundo o Ministério Público gaúcho, iniciou em 2007 a investigação sobre a violação do sistema da Previdência Social. O processo foi concluído recentemente, mas não identificou os responsáveis.
Como o golpe foi cometido contra a pessoa física do presidente, a competência para investigar é da Justiça estadual e da Polícia Civil.
A primeira fase será tentar identificar e localizar as pessoas em cujos nomes foram feitos os dois empréstimos.
O banco PanAmericano afirmou que não irá se manifestar sobre o caso.


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