São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2010

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OUTRO LADO

Tucano diz que nomeados dão "suporte"

DE SÃO PAULO

Em entrevista por telefone e por escrito, o senador Sérgio Guerra (PSDB) afirmou que todos os funcionários comissionados lotados no escritório dão "suporte" às suas atividades de senador em todo o Estado.
"Você acha que eu pago eles para quê? Para chupar chiclete? Eles me ajudam na política, no meu trabalho lá, de um jeito ou de outro."
O senador confirmou que seu único escritório de apoio em Pernambuco é o que foi visitado pela reportagem, em Boa Viagem, em Recife.
Ao ser informado de que apenas uma secretária trabalhava no escritório, Guerra disse que ali é o local de suas "atividades mais fechadas".
Questionado sobre a razão de nomear nove pessoas de uma mesma família, o presidente do PSDB afirmou respeitar "critérios de confiança e de competência".
O senador não especificou as atividades exercidas pelas pessoas nomeadas por ele.
Disse que mais informações poderiam ser obtidas por Caio Mário Mello Costa Oliveira, classificado pelo tucano ele como aquele "que resolve tudo para mim".

CONFIANÇA
Caio reconheceu que ele e seus parentes não dão expediente no escritório, mas disse que eles prestam serviços ao senador e que foram contratados por confiança.
Sobre os 37 comissionados oficialmente lotados no escritório de apoio, Guerra afirmou que, por presidir um partido, precisa de "maior apoio fora de Brasília".
Em nota enviada à Folha, o senador disse que envia mensalmente o relatório de frequência dos servidores.
A reportagem pediu ao gabinete do senador uma cópia, mas foi informada de que eles são preenchidos via on-line e que não seria possível fornecer o documento.
Em relação à contratação da agência Aporte Comunicação, de outro irmão de Caio, Guerra não explicou quais são os serviços prestados pela empresa.
Na nota, disse apenas que o Senado "autoriza a utilização das verbas de gabinete para a contratação de assessoria de marketing, imprensa, pesquisas, dentre outras atividades de comunicação".
A reportagem procurou Ângelo de Mello Costa Oliveira, dono da Aporte, mas foi informada de que ele estava no exterior e que só voltaria após os festejos de São João.
Seu irmão Caio afirmou que a empresa faz "análises e pesquisas qualitativas" todos os meses.


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