São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2011

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Aécio já ensaia recuo na criação de grupo para validar MPs

Tucano deve propor que medidas sejam analisadas por comissões mais importantes da Câmara e do Senado

Ponto que impedia que as MPs valessem sem o aval do Congresso já havia sido retirado por pressão do Planalto


MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) já negocia flexibilizar o ponto mais polêmico da proposta que altera a tramitação de medidas provisórias no Congresso.
Relator da PEC (proposta de emenda constitucional) no Senado, o tucano deve desistir de propor a criação de uma comissão de 24 congressistas que decidiria se a proposta deve ou não vigorar.
Governistas são contra a comissão, por temerem restrição ao poder do Executivo.
Aécio deve propor agora que as medidas provisórias passem pelo crivo das comissões de Constituição e Justiça da Câmara e do Senado. As duas comissões são dominadas por aliados do Planalto.
Com isso, as CCJs decidiriam, em dez dias, se a proposta atende aos critérios de "urgência e relevância".
Se o tucano recuar, será a segunda concessão ao Planalto desde que a chamada "PEC das MPs" começou a tramitar. Aécio já havia retirado de sua proposta inicial artigo que impedia a vigência imediata de uma MP sem o aval dos congressistas.
Hoje, uma medida provisória vigora imediatamente após ser editada, sem passar por comissões no Congresso.
Segundo o presidente da CCJ, Eunício Oliveira (PMDB-CE), melhor seria se os textos das medidas fossem de fato analisados por esta comissão, e não pela comissão de 24 congressistas.
Para o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RO), porém, a passagem preliminar do texto de uma MP pela CCJ ainda é dúvida. "Vamos tentar decidir isso na semana que vem."

PRAZOS
No que depender do Planalto, a única mudança no rito das MPs será a fixação de prazos para análise na Câmara e no Senado.
Em conversa anteontem com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Jucá disse que tem trabalhado por um acordo que estabeleça prazo de 70 dias para a Câmara analisar as MPs, outros 40 para o Senado e 10 para votar eventuais emendas.
O texto de Aécio prevê prazo máximo de 50 dias para a Câmara votar uma MP. Depois, segue para o Senado, que tem 45 dias para discutir o conteúdo. Os demais 15 dias de tramitação seriam para análise de emendas.
Hoje não há prazo definido para cada Casa analisar a medida. O Congresso tem 120 dias para votar uma MP.
Uma das principais reclamações dos senadores é que as MPs acabam chegando para análise na Casa às vésperas de perder a validade.
O texto da "PEC das MPs" terá as emendas apreciadas pela CCJ, depois seguirá para o plenário do Senado para, então, tramitar na Câmara.


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