São Paulo, sábado, 23 de julho de 2011

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Feiras de SP não podem ter administrador

DE SÃO PAULO

Desde novembro de 2010, a Feira da Madrugada, no Pari, está sob gestão da Prefeitura de São Paulo. Oficialmente, nenhuma feira paulistana é gerida por um administrador.
Na prática, quem comanda a entrada e saída de carros na feira são seguranças pagos pelo empresário Ailton Vicente de Oliveira. Cerca de 25 mil pessoas vão ali toda noite.
A Folha esteve no local ontem. Carros só entram após serem identificados pelos seguranças de Ailton. Dentro da feira há outro exército de guardas privados. Segundo o administrador, esses são pagos pela prefeitura. Polícia? Só três PMs foram vistos.
As bancas na área central da feira vendem roupas e bolsas, muitas com nota. Mas se o freguês quiser produto pirata, basta buscar os becos do empreendimento, que ocupa mais de 120 mil m2.
A disputa pelo local envolve até assassinato. A polícia apura o envolvimento de dirigentes da feira na morte de Afonso José da Silva, 41, o Afonso Camelô, em 15 de dezembro.
Autorizada pelo governo federal, a empresa GSA cuidava da área e cobrava uma taxa de cada camelô. Quem definia quem podia atuar ali eram duas associações de camelôs. O grupo de Afonso Camelô era excluído e tinha de ficar do lado de fora, nas ruas, trabalhando irregularmente.
Em novembro a União transferiu a gestão do terreno do Ministério dos Transportes para o do Planejamento, que o repassou à prefeitura. Com isso, a GSA saiu da administração. Afonso Camelô foi morto menos de 20 dias após a transferência da área à prefeitura e uma semana após ele liderar uma invasão do terreno. (EVANDRO SPINELLI E DANIELA LIMA)


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