São Paulo, terça-feira, 23 de agosto de 2011

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Justiça autoriza Senado a manter supersalários

Presidente de tribunal federal derruba liminar que impedia o pagamento de gratificações acima do teto de R$ 26,7 mil

Ministério Público pode recorrer da decisão; liminar que proibia pagamentos vigorou por apenas dois meses

NÁDIA GUERLENDA
DE BRASÍLIA

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região liberou o pagamento de comissões e gratificações além do teto salarial de R$ 26,7 mil a funcionários do Senado. O Ministério Público pode recorrer.
O presidente do tribunal, Olindo Menezes, suspendeu uma liminar que impedia o Senado de pagar verbas como comissões, gratificações e horas extras acima do limite estabelecido pela lei.
O teto de R$ 26,7 mil equivale ao salário de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
De acordo com o presidente do TRF, a manutenção da liminar poderia lesar a "ordem pública" porque, feito de forma abrupta, o corte nos salários inviabilizaria o funcionamento dos serviços públicos do Senado.
"O planejamento econômico-jurídico-financeiro da vida de centenas de pessoas, ativas e inativas, passou a ser gravemente afetado, negativa e repentinamente, sem nenhuma possibilidade de contraditório, o que, para dizer o mínimo, não é sequer razoável", afirmou Menezes.
Citando a independência dos Poderes, o presidente afirmou ainda que o Senado, "responsável por editar medidas sobre o pagamento de seus funcionários", agia de acordo com uma norma da Casa que existe desde 2005.
A liminar, agora suspensa, foi embasada no mesmo argumento de "risco de lesão à ordem pública" provocado pelos altos salários.
Ela foi dada em um processo iniciado em maio pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal, que ajuizou ações similares contra a Câmara e a União.
A Procuradoria se baseou em relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) que estimou que, em agosto de 2009, 464 servidores do Senado receberam acima do teto. Para a Procuradoria, esse número deve ser bem maior, já que houve reajuste dos salários em julho de 2010.
A liminar chegou a incidir sobre duas folhas de pagamento do Senado -dos meses de julho e agosto.
O Senado afirmou que não se manifestaria sobre a decisão até recebê-la na íntegra.
A reportagem não conseguiu contato com a procuradora responsável pelo caso.


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