São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011

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Produtores dizem que redivisão de royalties inflou arrecadação

Diferença de projeções apresentadas chega a R$ 20 bilhões

MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

Estados produtores e não produtores de petróleo, em disputa por receitas obtidas com a exploração do pré-sal, não chegam a um acordo nem sobre o quanto esperam arrecadar nos próximos anos.
Na última quarta-feira, o Senado aprovou nova distribuição dos recursos, hoje pagos principalmente à União e aos Estados e municípios que ficam defronte aos campos no mar. O tema ainda tem que ser votado na Câmara.
Os produtores afirmam que a nova divisão aprovada, de autoria do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), traria perdas que, apenas no caso do Rio, somariam R$ 23 bilhões nos próximos oito anos.
E sugerem que o projeto infla a arrecadação, com o objetivo de minimizar as perdas.
"O senhor está vendendo alegria", provocou o senador Magno Malta (PR-ES), na quarta-feira.
Pela proposta aprovada, a arrecadação será de R$ 80 bilhões em 2020. O dado é superior a todas as projeções apresentadas durante os quatro meses de negociação.
No fim de agosto, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou que a estatal prevê pagar R$ 45 bilhões em 2020. A estatal responde por 90% da produção de petróleo brasileira.
Projeção feita por senadores de Estados produtores indica valores mais modestos: R$ 60 bilhões em 2020.
"Com a maior arrecadação prevista, é possível redistribuir as receitas de forma a permitir que todos ganhem", escreveu o senador Vital do Rêgo em seu relatório.
Preço do barril, câmbio e produção de petróleo são ingredientes para o cálculo da arrecadação, que em 2010 foi de R$ 21,6 bilhões.
Vital do Rêgo argumenta que a redivisão foi feita tendo como objetivo assegurar aos produtores a receita recebida em 2010. Em suas contas, os produtores receberão R$ 19,8 bilhões em 2020.
O consultor Adriano Pires questiona a formulação da estimativa: "Como fixar valores para um prazo tão longo se a arrecadação depende de variáveis que mudam tanto?"
Vital do Rêgo argumenta que seu relatório se baseia no plano de expansão de energia até 2020, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).


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