São Paulo, quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

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Alencar enfrenta "momento mais difícil", diz médico

Vice-presidente foi submetido a nova cirurgia ontem, mas cirurgião não conseguiu conter o sangramento

"Doença começa a ficar mais agressiva", o que dificulta tratamento, diz Cutait, para quem cirurgia foi "heroica"


Guilherme Lara Campos - 15.jul.10/Folhapress
O vice-presidente José Alencar, que foi submetido a uma nova operação em São Paulo

FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO

O vice-presidente da República, José Alencar, 79, passa pelo momento mais delicado de saúde de sua vida desde que começou a combater o câncer, há 13 anos.
A afirmação foi feita ontem pelo cirurgião Raul Cutait, um dos médicos que cuidam de Alencar, após a cirurgia de três horas a que o vice foi submetido na tentativa de contenção de uma hemorragia abdominal. O motivo seria a existência de um tumor.
"Ac ho que é o momento mais difícil pelo qual ele está passando. Porque a doença começa a ficar mais agressiva, as possibilidades de tratamento ficam mais cerceadas e, embora todos continuem lutando com extremo envolvimento, a gente percebe que a situação não está mais tão tranquila", disse.
Alencar deu entrada no hospital Sírio Libanês na manhã de ontem após apresentar, na cavidade abdominal, um sangramento "extremamente intenso e grave", nas palavras de Cutait.
"Ficamos numa encruzilhada entre aguardar que cessasse o sangramento ou então tentar heroicamente realizar uma nova cirurgia", afirmou o médico.
Apesar de o procedimento ter durado cerca de três horas, a equipe médica não conseguiu chegar ao tumor. Algumas aderências muito intensas no abdômen, consequência de outra cirurgia na mesma região há um mês, impediram a penetração.
De acordo com Cutait, a hemorragia poderia "eventualmente parar ou não".
Os médicos esperavam as horas seguintes à cirurgia para fazer nova avaliação. Um novo procedimento cirúrgico estava descartado justamente porque as cavidades abdominais oriundas da última cirurgia só poderão ser desfeitas em alguns meses.
A situação do vice-presidente é ainda mais delicada por causa do infarto agudo do miocárdio sofrido por ele há pouco mais de um mês. Alencar tomava medicamentos anticoagulantes no processo pós-cirúrgico, que tiveram que ser suspensos em função do sangramento.


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