São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2010 |
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Lindberg prega "distensionamento político" com o PSDB Ex-líder dos cara-pintadas, petista diz que não sabe se estenderá a mão para Collor, caso este permaneça na base aliada no Senado
ITALO NOGUEIRA
Folha - O sr. defende que o PT dialogue com o PSDB. Lindberg Farias - Confirmada a vitória da Dilma, é necessário grande esforço para distensionar a luta política. A gente viveu oito anos de governo FHC com o PT numa oposição radical. Nos oito anos do Lula, com o PSDB aconteceu a mesma coisa. Há condições para uma situação diferente, pelas características das lideranças da oposição. Alguém imagina Aécio Neves no Senado fazendo discurso à la Arthur Virgílio? Ele vai ter posição de oposição construtiva. Estão dadas as condições para discutirmos o distensionamento da política e uma agenda do Brasil em comum com o PSDB. Isso facilitaria para a Dilma na composição do governo. Quem está na frente tem que ter grandeza de estender a mão. O gesto tem de ser do PT? Tem. É um equívoco gigantesco esse ato [de ver] golpismo da mídia. O clima tem de ser de distensionamento. Estamos ganhando a eleição. O PSDB coloca na internet comerciais com ataques ao PT. Temos que aguentar. O PT está maduro, sabemos que é do jogo político. Há setores da mídia que pegam pesado, são muito parciais, mas faz parte. O gesto de quem está ganhando deve ser de grandiosidade e cabeça fria. Nos Estados Unidos, Obama chamou um republicano para o ministério. Chegaria a isso? Chegaria, mas acho difícil. Mas colocar pessoas neutras com interlocução em vários partidos pode acontecer. Se o Collor perder a eleição em Alagoas, será seu companheiro de base aliada... Já pensei muito nisso. [risos] Não sei se estiro a mão e aperto. Cheguei a pensar: "Seria bom se ele ganhasse o governo de Alagoas". Esse tipo de aliança não é transigir com a ética? Fui prefeito eleito em aliança com o DEM. No governo você tem que montar maioria. Sem esse cuidado, podem parar seu governo. É possível fazer sem ultrapassar limites éticos. Quando falo da pacificação com PSDB, esse é o motivo: não ficar refém de grupos mais fisiológicos que atuam no Congresso. Texto Anterior: Eleitorado do RJ destoa da média nacional Próximo Texto: Frases Índice | Comunicar Erros |
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