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OUTRO LADO
Defesas negam manobra para travar ação
Advogados de Roberto Jefferson e Marcos Valério, réus do mensalão, criticam atuação de Joaquim Barbosa
Representante acusa relator de demorar para levar recursos a julgamento; ministro não se manifestou
DE SÃO PAULO
Advogados de dois dos
principais réus do mensalão
negam usar de expedientes
para atrasar a ação penal.
O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende o ex-deputado Roberto
Jefferson, diz que o ministro
Joaquim Barbosa, relator do
mensalão, induz os outros
ministros ao erro e "oculta"
os recursos de seu cliente dos
outros julgadores do STF e
das demais partes.
No início do ano, o advogado requereu ao então presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que fizesse a
leitura integral, na sessão da
corte, de todas as petições
que apresentou, para que
fossem debatidas.
Ele afirmou que o relator
"suprime do conhecimento
da corte" os recursos, e quando os leva ao plenário "apresenta a matéria a seu modo,
sem possibilidade de intervenção da parte [Jefferson]".
O plenário do STF rejeitou
os pedidos de Jefferson.
Marcelo Leonardo, defensor de Marcos Valério de Souza, apontado como peça-chave do mensalão, diz que, "da
parte da defesa do empresário, nunca foi praticado nenhum ato para procrastinar o
processo". Para ele, "todos
os pedidos foram feitos no
momento próprio, no exercício do direito de defesa".
"Quem, às vezes, demora
tanto para despachar, ou para levar o agravo [recurso] a
julgamento, é o próprio relator", diz o advogado.
Em petição de novembro,
Leonardo e Valério afirmaram que o relator acusou o
empresário de ser "expert"
em lavagem de dinheiro, e isso colocou "em dúvida séria
sua isenção para processar o
julgamento".
Leonardo admitiu, no pedido, que "a prudência recomenda não se arguir o impedimento [pedir a exclusão]
de magistrado, até porque a
tendência natural dos órgãos
judiciários é rejeitá-lo".
Ainda assim, sustentou
que Barbosa não tem condições de julgar a ação com a
"imparcialidade exigível".
Sobre esse petição, o advogado de Valério diz que "não
pode ser protelatório o que já
podia ter sido decidido em
dezembro e não foi feito".
Ele diz que a rejeição pelo
plenário de pedidos de desmembramento da ação contraria decisões do STF.
Procurado, Barbosa não
quis se manifestar.
(FV e FF)
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