São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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Governo reedita ação de estímulo ao microcrédito

Para evitar efeitos da crise, bancos públicos terão subsídios da União para aumentar os financiamentos de baixa renda

Tesouro Nacional dará dinheiro às instituições para baixar juros de empréstimos dos atuais 60% para 8% ao ano


SHEILA D'AMORIM
DE BRASÍLIA

Na tentativa de se antecipar à queda no crescimento econômico nos próximos anos, reflexo da crise financeira internacional, o governo anunciou que está disposto a gastar cerca de R$ 850 milhões do Orçamento com subsídios ao crédito para baixa renda até 2013.
Assim como na crise de 2008, os bancos oficiais serão o principal instrumento para garantir os empréstimos para essa parcela da população e assegurar a renda, o emprego e o consumo.
O Tesouro Nacional entrará com dinheiro para reduzir os juros cobrados nas operações - que cairão de 60% ao ano para 8% anuais.
Os bancos do Brasil (BB), da Amazônia (Basa), do Nordeste (BNB) e a Caixa Econômica Federal terão metas para concessão dos financiamentos, de até R$ 15 mil.
Até dezembro, eles terão que liberar R$ 654 milhões nessa linha, alcançar R$ 1,73 bilhão no ano que vem e R$ 2,99 bilhões, em 2013.
O foco são trabalhadores formais e informais e microempreendedores que faturam até R$ 120 mil ao ano.
O Programa Nacional de Microcrédito Produtivo já existia, mas foi repaginado com foco nas operações voltadas aos pequenos negócios, mudou de nome para Crescer e foi relançado pela presidente Dilma Rousseff.

PRODUÇÃO
O problema é que, hoje, a maior parte dos R$ 2,5 bilhões do programa vai para o consumo. A ideia é canalizar os recursos para produção, assegurando a renda dos mais pobres.
Daí a importância dos bancos públicos. O sistema financeiro já identificou a população de renda mais baixa como clientela potencial, mas há nichos que ainda não despertam o interesse.
Tanto é que, apesar de existir desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula, o programa de microcrédito não decolou plenamente.
Nem mesmo os bancos públicos cumpriram as exigências de destinar 2% do dinheiro captado nas contas correntes ao microcrédito.
A expectativa do governo é que, com os subsídios, os bancos cumpram as regras.
A estratégia é fazer com que a concorrência no setor financeiro estimule o interesse da iniciativa privada, à medida que os bancos oficiais aumentem a base de clientes nessa faixa de renda. "Temos certeza que nossos bancos tem condições de dar esse exemplo", enfatizou a presidente Dilma.


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