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Crítica à gestão do Estado levou escritor a prisão
DO RIO
Quando foi preso pela ditadura do Estado Novo, em
1941, Monteiro Lobato acabou alçado à condição de
mártir da luta pelo petróleo.
Sua detenção foi uma
surpresa. O escritor tinha
relações próximas com Getúlio Vargas.
Em 1934, havia sido convidado pelo presidente a assumir a direção do Departamento de Propaganda e Difusão Cultural -mais tarde,
o órgão de censura da ditadura. Mas se recusou.
Ele já era conhecido como um dos grandes criadores da literatura infantil brasileira, e defendia publicamente posições patrióticas.
O motivo da prisão: duas
cartas enviadas em 1940,
uma ao presidente e a segunda a Góis Monteiro, chefe do Estado Maior do Exército. Nelas, criticava o governo, "permitindo que o
Conselho Nacional do Petróleo retarde a criação da
grande indústria petroleira
em nosso país, para servir,
única e exclusivamente, os
interesses do truste Standard-Royal Dutch".
As cartas deram início a
um processo no Tribunal de
Segurança Nacional. Lobato foi acusado do crime de
injúria aos poderes públicos, cuja pena podia chegar
a dois anos de prisão.
Em janeiro de 1941, seu
escritório foi revistado pela
polícia. Em março, Lobato
foi preso preventivamente
quando pretendia deixar o
país. Ao todo, passou três
meses na prisão e foi posto
em liberdade por Getúlio.
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