São Paulo, segunda-feira, 25 de outubro de 2010

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Crítica à gestão do Estado levou escritor a prisão

DO RIO

Quando foi preso pela ditadura do Estado Novo, em 1941, Monteiro Lobato acabou alçado à condição de mártir da luta pelo petróleo.
Sua detenção foi uma surpresa. O escritor tinha relações próximas com Getúlio Vargas.
Em 1934, havia sido convidado pelo presidente a assumir a direção do Departamento de Propaganda e Difusão Cultural -mais tarde, o órgão de censura da ditadura. Mas se recusou.
Ele já era conhecido como um dos grandes criadores da literatura infantil brasileira, e defendia publicamente posições patrióticas.
O motivo da prisão: duas cartas enviadas em 1940, uma ao presidente e a segunda a Góis Monteiro, chefe do Estado Maior do Exército. Nelas, criticava o governo, "permitindo que o Conselho Nacional do Petróleo retarde a criação da grande indústria petroleira em nosso país, para servir, única e exclusivamente, os interesses do truste Standard-Royal Dutch".
As cartas deram início a um processo no Tribunal de Segurança Nacional. Lobato foi acusado do crime de injúria aos poderes públicos, cuja pena podia chegar a dois anos de prisão.
Em janeiro de 1941, seu escritório foi revistado pela polícia. Em março, Lobato foi preso preventivamente quando pretendia deixar o país. Ao todo, passou três meses na prisão e foi posto em liberdade por Getúlio.


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