DO RIO

Os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) fizeram ontem campanha no Rio sem confronto entre seus militantes. O tucano optou, em discurso, por criticar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A petista não discursou.
Serra fez uma caminhada curta em Copacabana, bairro da zona sul em que liderou a votação no primeiro turno -Marina Silva (PV) ficou em segundo, Dilma em terceiro.
Dilma fez, ao lado de Lula, carreata em bairros da zona oeste, onde venceu em 3 de outubro, no primeiro turno, no com 46,6% dos votos.
Ao lado de lideranças do PSDB como o senador eleito Aécio Neves (MG) e os governadores eleitos Geraldo Alckmin (SP), Antonio Anastasia (MG) e Beto Richa (PR), além de seu vice Indio da Costa (DEM), de Itamar Franco (PPS-MG), também senador eleito, e de Rosalba Ciarlini (DEM), governadora eleita do Rio Grande do Norte, Serra atacou o governo Lula.
"Precisamos de um governo que tenha caráter, que se traduza na verdade e na honestidade. Não podemos viver numa situação de mentira permanente. Chega de escândalos. Basta pegar a imprensa no final de semana. Fica até difícil recapitular. São três ou quatro por semana que têm aparecido", afirmou José Serra.
Contra as críticas da campanha petista às privatizações promovidas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, Serra declarou que pretende "estatizar as empresas estatais".
"Elas não vão mais servir aos interesses privados de partidos, grupos aliados. Defendo a Petrobras como empresa estatal que deve servir ao povo brasileiro, e não como cabide de emprego, instrumento de negócios, como elemento de coesão de uma aliança espúria para governar o nosso país", disse ele sobre o carro de som.
Em seus discursos, Aécio pediu o fim da "bandalheira" e Alckmin, o término do "atraso do PT, com o aparelhamento do Estado".
Serra não deu entrevista.

"CLIMA DE FESTA"
Lula e Dilma Rousseff participaram de carreata, com 1h40 de duração, pela zona oeste, região com o maior colégio eleitoral da cidade. Eles não deram discurso.
Na saída, Dilma deu uma rápida declaração: "Foi uma coisa maravilhosa. É um clima de festa nesse final de eleição. Acho que vocês também gostaram muito".
Lula, que em vários momentos levou a mão ao ombro direito, como se estivesse com dor, disse apenas que "a zona oeste é especial para se fazer campanha".
Na comitiva estavam o governador Sérgio Cabral (PMDB), os senadores eleitos Marcelo Crivella (PRB) e Lindberg Farias (PT), o também senador Francisco Dornelles (PP), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e vários deputados dos partidos da base aliada.


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