São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2011

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Analista indica cautela com ação da estatal

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

Apesar da disparada do preço do petróleo -devido à tensão política nos países árabes- e da consequente valorização de mais de 8% das ações da Petrobras em duas semanas, analistas não recomendam uma corrida pelos papéis da companhia.
Eles dizem que a instabilidade tende a prejudicar a Bolsa (que caiu 1,71% nesta semana), e as ações da estatal não devem ficar imunes ao cenário adverso.
O analista da corretora SLW Erick Scott observa que a alta acentuada do petróleo gera risco inflacionário, afetando não só os combustíveis, mas também o preço de fertilizantes e alimentos.
"Isso levaria os governos a adotar mais medidas de restrição ao crescimento, o que prejudica a Bolsa. As petroleiras só se beneficiam num primeiro momento."
Para Scott, o cenário oferece oportunidades para o investidor de curto prazo. Quem mira um horizonte mais longo deve aguardar a redução da instabilidade.
O analista Raphael Figueredo, da corretora Icap, recomenda comprar ações da Petrobras aos poucos e reforçar os investimentos no papel quando o Ibovespa se firmar acima dos 68 mil pontos -ontem, fechou em 66.902.
"O papel não vai andar sozinho, o mercado também tem que consolidar a tendência de alta. Se isso acontecer, a Petrobras deve ser um dos destaques da Bolsa", disse.
Se houver um desfecho rápido para a crise no norte da África e no Oriente Médio, os analistas consideram que o cenário é positivo para a Bovespa em 2011. Scott lembra que as economias desenvolvidas têm dado sinais mais consistentes de recuperação.
Figueiredo ressalta que, embora a Bolsa tenha recuado na semana, não houve debandada de investidores nem a disparada do dólar, o que indica que o mercado não está tão pessimista.
Quanto à Petrobras, eles veem espaço para o papel se recuperar após a forte queda no ano passado, provocada pela capitalização da estatal.
"O aumento das reservas da Petrobras, com óleo de alta qualidade do pré-sal, traz boas perspectivas", afirma o analista Lucas Brendler, do Banco Geração Futuro.


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