São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 2011

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Dilma diz que alta de preços traz "imensa preocupação"

Presidente promete combate acirrado à inflação; economistas elevam projeções

Pesquisa feita pelo BC mostra que estimativas se aproximam cada vez mais do teto da meta, de 6,5% para este ano


MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

No mesmo dia em que economistas do mercado financeiro elevaram pela sétima vez consecutiva a previsão para a alta de preços neste ano, a presidente Dilma Rousseff prometeu ontem um combate acirrado à inflação. Segundo a presidente, ela traz "imensa preocupação" ao governo federal.
Dilma fez as afirmações ao deixar o posto médico do Palácio do Planalto, onde participou da campanha de vacinação contra gripe.
A presidente fez comentários sobre a vacina e começou a deixar o local. Questionada sobre a inflação, disse: "Volto só para falar isso".
Ela, no entanto, não contou se haverá novas medidas para segurar os preços.
"Nós temos imensa preocupação com a inflação. Não haverá hipótese alguma de que o governo se desmobilize diante da inflação. Todas as nossas atenções estão voltadas para o combate acirrado da inflação", afirmou.

JUROS
A breve declaração ocorreu antes da reunião de Dilma com o ministro Guido Mantega (Fazenda), que deixou o Planalto sem falar com a imprensa, e depois da divulgação do boletim Focus pelo Banco Central.
A pesquisa, feita pela autoridade monetária na quarta-feira passada -antes do anúncio de aumento da taxa básica de juros para 12%-, mostrou que os economistas esperam que a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) feche o ano em 6,34%. A aposta anterior era de 6,29%.
A estimativa aproxima-se do teto da meta do BC. Ela é de 4,5%, mas tem margem de variação de até 6,5%. Para 2012, a projeção se manteve inalterada em 5%.
As cinco instituições que mais acertaram suas previsões nos últimos 12 meses esperam inflação de 6,49% no fim desse ano. A previsão ficou abaixo daquela feita uma semana antes, de 6,6%.

COMBUSTÍVEIS
Ontem, a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou que o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) teve variação de 0,80% nas quatro semanas encerradas em 22 de abril. A medição anterior, até o dia 15, havia mostrado variação de 0,83%.
Os combustíveis continuaram pressionando os preços. A pesquisa verificou elevação de 4,66% no litro da gasolina durante o período.
Na sondagem anterior, a alta foi de 3,76%. Já o álcool subiu 12,59%, ante 14,01% constatados no levantamento prévio. Com isso, os custos com transportes, como um todo, cresceram 1,82%.
Já os preços dos alimentos reduziram o ritmo de alta: até o dia 22, eles ficaram 0,91% mais caros no acumulado de quatro semanas. Na medição anterior, a alta era de 1,10%.

Colaboraram LORENNA RODRIGUES, de Brasília, e CIRILO JUNIOR, do Rio


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