São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 2011

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Serrista deixa PSDB e ataca Alckmin

Fundador do partido e secretário da Prefeitura de SP, Walter Feldman culpa governador por crise entre tucanos

Dissidente acusa ala adversária de sabotar sua campanha à Câmara em 2010; Alckmin diz que deseja "felicidade"


DANIELA LIMA
FELIPE CARUSO

DE SÃO PAULO

Fundador do PSDB e aliado do ex-governador José Serra, o secretário municipal de Esportes de São Paulo, Walter Feldman, anunciou ontem que deixará o partido.
Apesar de esperada -pois ele é uma espécie de patrono dos seis vereadores paulistanos que iniciaram a debandada da legenda na semana passada-, a saída aprofunda a crise que toma conta do PSDB em São Paulo.
Feldman deixou o PSDB acusando o governador Geraldo Alckmin de ter dividido o partido. Para o vereador, o episódio mais evidente foi em 2008, quando Alckmin concorreu à Prefeitura de São Paulo, contra Gilberto Kassab, que concorria com o apoio de Serra.
"Kassab foi leal a Serra e tinha o direito de ser candidato com apoio do PSDB. Alckmin rompeu com essa aliança. Ele não foi generoso, amplo e sábio, mas nós é que passamos a ser chamados de traidores", disse Feldman.
O secretário de Kassab insinuou que Alckmin é personalista. "Ele é um dos poucos políticos que, desde o ano 2000, não fica fora de uma eleição majoritária. Isso demonstra o apetite que tem."
O governador de São Paulo não respondeu ao ataque. "Desejo que Feldman seja feliz e que possa se realizar no novo partido." O secretário ainda não definiu sua legenda de destino.
Aliados do governador, como os secretários José Aníbal (Energia) e Edson Aparecido (Desenvolvimento Metropolitano), também foram criticados. "Tenho provas de que trabalharam contra a minha eleição." Feldman não conseguiu se reeleger deputado federal em 2010.

REAÇÃO
O grupo de Alckmin reagiu. "O PSDB não pode disputar a eleição tendo duas caras. Eles [dissidentes] não estão atacando a mim ou ao governador, mas ao partido", disse Aparecido.
O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira, devolveu as críticas. "O afastamento não é de agora. Em 2008, entre os deputados federais, ele foi o único que ficou contra Alckmin. Feldman estava no partido por uma questão formal."
Questionado se consultou Serra sobre a decisão, Feldman negou. "Falei apenas com o [senador tucano] Aloysio Nunes e ele entendeu."
O silêncio do ex-governador sobre a crise tem alarmado tucanos. Serra não falou sobre a debandada de tucanos do partido em São Paulo.


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