São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 2011

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Promotora do DF é acusada de usar laudo médico falso

Documentos foram apresentados para forjar insanidade, diz Procuradoria

Advogado de Deborah Guerner, que foi presa na semana passada com o marido, afirma que papéis são verdadeiros


FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA

Autor do pedido de prisão da promotora de Justiça do Distrito Federal Deborah Guerner, o Ministério Público Federal diz que ela apresentou laudos médicos falsos em mais de dez oportunidades a quatro diferentes órgãos.
Na maioria das vezes, ela apresentou os documentos para não atender às intimações da Justiça e dos investigadores, sob alegação de que sofria de problemas mentais.
Presa desde a última quarta-feira, a promotora completou 49 anos ontem na sala especial que ocupa na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
Ela e o marido, o empresário Jorge Guerner, foram presos sob suspeita de fraude processual. São acusados de forjar quadro de insanidade de Deborah para dificultar o andamento do processo.
Pesou no pedido de prisão o fato de terem viajado à Itália sem comunicação prévia. Ontem, a defesa do casal entrou com pedido de revogação da prisão.

PATOLOGIA
Um dos advogados do casal, Pedro Paulo Medeiros, afirma que "até que provem o contrário, os laudos são ideologicamente verdadeiros". Ele diz que desde 2008 a "patologia" de Deborah já havia sido diagnosticada.
Afirmou ainda que os processos tramitam sob sigilo e o vazamento das informações deve ser investigado.
Para o Ministério Público, além de ter gravado em vídeo as orientações que recebeu de um psiquiatra para simular insanidade, Deborah também encomendou laudos para atestar esse quadro.
Os atestados foram apresentados ao Conselho Nacional do Ministério Público, à Procuradoria Regional da República, ao Tribunal Regional Federal e à Corregedoria do Ministério Público do DF, órgãos nos quais a promotora responde a processos ou é alvo de investigação sobre o mensalão do DEM.
O Ministério Público não informou o número exato de atestados nem quantas vezes eles foram apresentados para atrasar as apurações.
Mas esses laudos fundamentaram o pedido de prisão e a quarta denúncia contra Deborah oferecida à Justiça por simulação de loucura.
Por pelo menos três vezes a promotora se descontrolou publicamente desde que passou a ser investigada por suspeita de corrupção.


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